Os aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Senado conseguiram nesta semana o número mínimo de assinaturas para abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar os institutos de pesquisas eleitorais. Porém, o colegiado enfrenta obstáculos para ser instalado na Casa comandada por Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Encabeçada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), a comissão tem, segundo o requerimento, objetivo de “aferir as causas das expressivas discrepâncias” entre os resultados apontados pelos levantamentos e os índices observados nas votações durante o primeiro turno, no último domingo.
Antes de começar o período eleitoral, os líderes do Senado firmaram um acordo para que duas CPIs fossem instaladas no mesmo momento, logo após as eleições. São elas: a CPI do MEC, que buscaria investigar as supostas irregularidades no Ministério da Educação durante a gestão de Milton Ribeiro; e a CPI das obras inacabadas, que se propõe a apurar as obras financiadas nos governos do PT.
“Não nos opomos a nenhuma CPI. Mas se querem investigar as pesquisas eleitorais, então que também investiguem a roubalheira na Educação. Aproveitando o ensejo da base governista, esperamos também que seja instalada na semana que vem a CPI do MEC. Instala uma, instala a outra!”, disse.
O senador foi vice-presidente da CPI da Covid, em 2021. O colegiado investigou as ações e omissões do governo federal durante a pandemia no Brasil. O trabalho resultou no indiciamento de duas empresas, e cerca de 80 pessoas, incluindo Bolsonaro.
Uma das alternativas confirmadas ao Metrópoles pelos governistas é um requerimento de audiência pública na Comissão de Transparência do Senado. Desta forma, seriam convocados “representantes dos principais institutos de pesquisa do país, de cientistas políticos e de outros especialistas na área” para explicar tais divergências de dados entre o resultado dos levantamentos e o resultado final das urnas eletrônicas.
O documento também sugere que as seguintes autoridades sejam convidadas para a audiência:
- Ministro Alexandre de Moraes – presidente do TSE;
- Dulio Novaes – presidente da Abep;
- Marcia Cavallari Nunes – CEO do Ipec (ex-Ibope);
- Rodolfo Costa Pinto – sócio-diretor e coordenador do Poder360;
- Mauro Paulino – diretor do Datafolha;
- Felipe Nunes – diretor da Quaest;
- Andrei Roman – CEO da AtlasIntel;
- Marcelo Tokarski – diretor do FSB;
- Murilo Hidalgo – diretor e presidente da Paraná Pesquisas;
- Marcelo Souza – diretor do MDA.