Ordem na campanha de Bolsonaro é ‘bombar’ queda do desemprego

A ordem dentro do comitê de reeleição do presidente Jair Bolsonaro é “bombar” o resultado positivo do emprego divulgado hoje pelo IBGE. Na avaliação de integrantes do comitê, neste momento a redução do desemprego tem capacidade de gerar mais dividendos políticos positivos para Bolsonaro do que o pagamento do novo Auxílio Brasil. As informações são do blog do Valdo Cruz.

Divulgada hoje pelo instituto, a taxa de desemprego caiu no mês de julho de 9,3% para 9,1%, o melhor resultado trimestral desde dezembro de 2015, quando a taxa também estava em 9,1%. Depois, o desemprego começou a subir durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que teve o mandato cassado em agosto de 2016. A estratégia da campanha de Bolsonaro é mostrar que o atual governo está reduzindo o desemprego para um patamar abaixo da época da petista.

O presidente vai ser orientado a focar no bom resultado, que deve ser o tema principal de transmissão ao vivo que ele sempre faz às quintas-feiras. A intenção é também explorar o tema nas inserções publicitárias no programa eleitoral gratuito do candidato e nas redes sociais comandadas por bolsonaristas.

A equipe de Bolsonaro quer focar no bom resultado do emprego para tentar melhorar o desempenho do presidente nas pesquisas de intenção de voto, já que, até agora, ele não capitalizou politicamente o pagamento dos novos benefícios sociais, principalmente o Auxílio Brasil de R$ 600.

O impacto foi menor, por enquanto, do que o esperado pelo comitê da reeleição, não contribuindo para diminuir a diferença para o ex-presidente Lula nos levantamentos de intenção de voto.

O número de trabalhadores desempregados caiu de 10,1 milhões para 9,9 milhões no trimestre encerrado em julho, um número ainda muito elevado, mas que está em queda nos últimos meses. A taxa de desemprego hoje é menor do que a do início do governo Bolsonaro, quando era de 11,7%.

A dúvida, segundo aliados, é se a melhora no cenário econômico chegou a tempo e na medida necessária para ajudar o presidente Bolsonaro a se reeleger. Alguns interlocutores do presidente avaliam que pode ter chegado um pouco tarde, mas que seria suficiente no mínimo para levá-lo para o segundo turno.