O Supremo Tribunal Federal (STF) colocou em sigilo o inquérito sobre corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC). O caso apura possíveis irregularidades praticadas pelo ex-ministro Milton Ribeiro e por pastores, além da suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na investigação.

Segundo o portal Poder360, o processo tem a relatoria da ministra Cármen Lúcia, e tramitava de forma pública na Corte quando Ribeiro ainda chefiava o ministério. Depois de pedir demissão, Cármen mandou o caso para a 1ª Instância. Na Justiça Federal de Brasília, a investigação estava sigilosa.

O juiz Renato Borelli determinou na semana passada o envio da investigação ao Supremo, por suposto envolvimento de Bolsonaro. O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF) na última quinta-feira. O órgão afirmou haver “indício de vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações”.

Ribeiro disse, em 9 de junho, durante conversa telefônica com sua filha, que Bolsonaro teve um “pressentimento” sobre a realização de operações de busca e apreensão da PF envolvendo supostas irregularidades na distribuição de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A PF apura a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do fundo.

O ex-ministro Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura foram presos pela PF na última quarta-feira, na operação “Acesso Pago”. Eles tiveram a prisão preventiva revogada pelo juiz federal Ney Bello, Tribunal Regional Federal da 1ª Região na quinta-feira (23.jun).