Luana Melody Brasil
O Tempo
Diante de mais um reajuste nos preços dos combustíveis feito pela Petrobras, nesta sexta-feira (17), Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) e líder da greve dos caminhoneiros de 2018, divulgou nota à imprensa criticando o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e prometendo, mais uma vez, uma greve.
“A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços da Petrobras, o país vai parar novamente. Se não for por greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve é o mais provável. Essa luta não é só dos caminhoneiros, mas de todo o povo Brasileiro”, frisou a nota.
CAOS ECONÔMICO – Como a própria nota lembra, o último reajuste feito pela estatal foi há cerca de 39 dias, em 9 de maio. Neste dia, Wallace também emitiu nota e incitou uma mobilização de caminhoneiros, dizendo “não podemos ficar quietos”.
“Estamos alertando há muito tempo das consequências dessa política de preços da Petrobras e [sobre o] caos econômico que ela está causando na sociedade”, diz outro trecho da nota.
Criticando o que considera “a grande falha e incompetência do governo Bolsonaro”, Landim avalia que o presidente não promoveu mudanças estruturantes na estatal. A crítica também se estendeu ao ministro da Economia Paulo Guedes, considerado uma “ironia do destino” pela Abrava por ter sido apelidado de “Posto Ipiranga”.
FALTA DE DIESEL – “Hoje chegamos nesse ponto crítico, sendo que ainda temos sérios riscos de falta de diesel. Bolsonaro precisa entender que ficar dando ‘chilique’ não vai resolver o problema”, acrescenta a nota.
Uma greve de caminhoneiros em ano eleitoral, como aquela de 2018, está no rol de preocupações de Bolsonaro. No Twitter, nesta sexta-feira, ele e escreveu que a “Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos” e relembrou: “Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo”.
O presidente também disse, nesta sexta-feira, que articula a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para investigar o presidente, os diretores e o conselho administrativo e fiscal da Petrobras.