Andréia Sadi
g1 Brasília
Após a notícia de que a Petrobras não iria segurar o reajuste dos combustíveis, ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, procuraram diretamente o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, para que a estatal recuasse da decisão e cobraram que ele renuncie imediatamente do comando da estatal, pois já foi demitido mas se recusa a deixar o cargo.
Nesta sexta-feira (17), a Petrobras anunciou novas altas nos preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras, a partir deste sábado. O diesel não era reajustado desde 10 de maio. Já a última alta no preço da gasolina havia sido em 11 de março – há mais de três meses.
TOM RÍSPIDO – A conversa, segundo o blog apurou, foi em tom ríspido. Nas palavras de um ministro do governo, “o foco agora é tirar José Mauro mais rápido possível do comando da empresa”.
Com apoio do Planalto, Lira prometeu, em seguida ao telefonema, “medidas duras” no Congresso contra o reajuste: fala em mudar política de preços e dobrar a taxação de lucro da estatal. O presidente Bolsonaro apoia a decisão.
Na conversa com José Mauro, Lira ainda disse ao presidente da Petrobras que, pelas informações que ele tinha, o presidente da estatal teria sido o principal empenhado na defesa do reajuste no conselho de administração – o que José Mauro negou. Lira, então, resumiu a pressão: “você já foi demitido, está postergando sua saída: por quê? Interessa a quem? Saia, entregue”.