Chanceler da Rússia já admite que ocorra uma reunião de paz entre Putin e Zelenski

O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, e seu homólogo ucraniano, Dmitro Kuleba (este de costas), durante o encontro na Turquia

Os chanceleres da Rússia e da Ucrânia, reunidos na Turquia

Deu na Folha

Como esperado, o primeiro encontro entre os chanceleres da Ucrânia e da Rússia desde o início da guerra, realizado nesta quinta-feira (dia 10), repetiu o resultado das mesas de negociações anteriores: não houve progressos, e as partes não aceitaram abrir mão das demandas apresentadas.

Os ministros Serguei Lavrov, chanceler russo, e o ministro ucraniano Dmitro Kuleba encontraram-se na Turquia, país-membro da Otan (aliança militar ocidental) que se ofereceu para ajudar nas negociações.

NOVA REUNIÃO – Após o encontro, Kuleba disse que nenhum acordo foi feito sobre um possível cessar-fogo, mas acrescentou que aceitaria se reunir novamente com Lavrov.

Afirmou ainda que pediu ao russo para que um corredor humanitário fosse aberto em Mariupol, área portuária palco de um ataque a uma maternidade na quarta (9), e que Lavrov comprometeu-se a levar a proposta para Moscou.

O russo, por sua vez, voltou a acusar países do Ocidente de armarem a Ucrânia e recolocou em debate as demandas apresentadas pelo governo de Vladimir Putin desde o início da guerra: a desmilitarização ucraniana e o compromisso de que o país não integrará a Otan.

CESSAR-FOGO – “Ninguém estava planejando negociar um cessar-fogo aqui”, ressalvou o chanceler russo Lavrov, acrescentando que essa decisão deve ser discutida entre delegações dos dois países numa próxima rodada de negociações na Belarus.

Lavrov também deixou a porta aberta para uma possível reunião futura entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o ucraniano, Volodimir Zelenski. “Espero que isso se torne necessário em algum momento”, afirmou Lavrov.

Na terça-feira, dia 8, foi divulgado que o presidente Volodimir Zelenski admitia a possibilidade de  negociar os termos de rendição colocados por Vladimir Putin, porém horas mais tarde o ucraniano voltou a falar em “lutar até o fim”.