Harold Bloom, o professor dos críticos

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   “Harold Bloom era um mestre que fez da literatura a religião dos desencantados”.

Harold Bloom — morto em 14/10/19, aos 89 anos — será sempre lembrado como autor da controvertida teoria literária elaborada em seu livro mais popular, A Angústia da Influência (1973). É provável que outros citem ainda O Cânone Ocidental (1994), em que ele analisa a obra de 26 grandes autores, de Shakespeare a Samuel Beckett.

Em ambos os casos, as preferências literárias de Bloom parecem ditadas pela preocupação de um professor universitário que fez da literatura uma religião sob o signo de Freud. Até mesmo a “angústia da influência” de que fala em sua obra deriva da principal teoria freudiana sobre a relação entre pai e filho. Se um jovem escritor sente-se bloqueado pela influência e poder de seu predecessor, é natural que dessa relação resulte um amargo ressentimento.

Ele não irá apagar esses traços – de resto indeléveis -, mas tentará reprimi-los. Antes de Bloom, o mundo literário costumava usar a palavra “alusão” quando os rastros de um gênio eram replicados por um escritor menor – e o próprio Bloom admitia sua bardolatria como uma espécie de religião secular, que o levou a tratar como santos seus poetas preferidos, entre eles Whitman (ele o chamava de “divino Walt”).

Fonte: Portal Terra