Do UoL
O ex-deputado federal Eduardo Cunha analisou hoje o cenário político para as eleições presidenciais de 2022. Na visão dele, “player fundamental” no pleito, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem o próprio partido como obstáculo para vitória em primeiro turno. “Eu costumo dizer o seguinte: se o Lula saísse do PT e fosse para um partido de centro, o Lula ganhava a eleição no primeiro turno. O problema do Lula é o PT, é o antipetismo”, disse, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.
Isso porque, na visão do político, o petista ainda enfrentará uma alta rejeição pela legenda. Na estimativa de Cunha, no segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), haverá “30% de PT, 30% de antiPT” e os demais é que irão decidir o resultado.
“Ele [Lula] sabe que se ele não trouxer esse grupo ele não ganha eleição”, analisou.
Além disso, Cunha disse entender que Lula foi prejudicado com a prisão às vésperas das eleições presidenciais de 2018. Para ele, o melhor teria sido o ex-presidente disputar e perder a última eleição presidencial.
“Eu sou favorável a resolver no voto. Teria sido melhor para o Brasil, porque o Lula teria sido derrotado em 2018”, analisou.
Candidatura de Moro
O ex-deputado também comentou a possível candidatura do ex-juiz federal Sérgio Moro, que o condenou por corrupção e lavagem de dinheiro. Em tom de ironia, disse torcer para que isso aconteça e previu uma derrota.
“Eu torço que seja [candidato]. O Moro é chefe de uma organização política, ele tinha um objetivo político. O que vai acontecer agora? Ele tem que ir pro campo da política, vai disputar o voto. E vai ser derrotado”, afirmou.
Alvo de diversos processos na Operação Lava Jato, Cunha foi cassado após revelações de que era dono de contas na Suíça. Depois, foi preso preventivamente em 2016. Hoje, ele explicou o processo e argumentou que sua prisão foi “ilegal”.
“A prova que a prisão [dele] é injusta e ilegal, está dada agora pelo Supremo. Eu fui preso 4 anos e meio por um juiz [Sérgio Moro] que não tinha competência para me processar a julgar”, disse.
Em maio, Cunha voltou a fazer posts no Twitter depois de ter a prisão domiciliar revogada por decisão do desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região). Ele estava em prisão domiciliar desde março do ano passado, usando tornozeleira eletrônica, por ser considerado do grupo de risco do coronavírus.