Ex-presidente perdeu processo contra a revista IstoÉ aberto por ele mesmo
O Tribunal de Justiça de São Paulo considerou que não houve abuso por parte da revista IstoÉ ao publicar a reportagem Levei Mala de Dinheiro para Lula, capa de uma edição que entrou em circulação em fevereiro de 2017.
A reportagem ouviu um homem que afirmou ter transportado uma mala com dólares que seriam entregues ao ex-presidente Lula por uma terceira pessoa. O dinheiro serviria para que a empreiteira Camargo Corrêa obtivesse um contrato junto à Petrobras.
Na ação aberta pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o petista afirmou que a reportagem era mentirosa. Ele processou a revista, os jornalistas Sérgio Pardellas e Germano Oliveira, autores do texto, e a própria fonte que teria transportado a mala com o dinheiro. Lula exigiu uma indenização de R$ 1 milhão por danos morais.
– A denúncia é absolutamente mentirosa e inventada por um farsante que almeja apenas momentos de fama instantânea às custas de quem quer que seja. Qualquer jornalista sério e responsável jamais publicaria uma enxurrada de ofensas e inverdades oriundas de uma pessoa com o histórico de Davincci, principalmente sem qualquer elemento de corroboração – afirmaram os advogados de Lula à Justiça.
Os jornalistas, por sua vez, afirmaram ter publicado exatamente o que a fonte informou. Eles lembraram ainda que a reportagem foi divulgada em um contexto em que Lula era investigado por corrupção.
Lula foi derrotado em primeira e segunda instâncias. O desembargador James Siano, relator do processo no TJ-SP, declarou que a publicação teve caráter meramente informativo.
– A revista se limitou a reproduzir matéria objeto de apuração criminal, com a identificação do denunciante – apontou.
Com isso, o ex-presidente foi condenado a pagar os honorários advocatícios da IstoÉ e da fonte, que foram calculada em 15% do valor da indenização solicitada. Sendo assim, o montante total é de R$ 150 mil. Lula ainda pode recorrer.