Segundo Abigail Marsh da Universidade de Georgetown, aquele que não tem empatia cognoscitiva pode ser considerado um autista; não quer dizer que ele não se importe com o que alguém sente, senão que não percebe. Por outro lado quem carece de empatia emocional não tem compaixão, e portanto não está nem aí com o que o outro sente.
A diferença entre alguém no extremo autista do espectro e alguém no extremo da psicopatia é, ao que parece, a amígdala, um conjunto de neurônios no cérebro que se encarrega de processar e armazenar reações emocionais. De alguma maneira ter amígdalas mais ativas ou maiores poderia aumentar a empatia no ser humano, no entanto não é a única coisa que importa, pois afinal de contas a empatia também pode ser uma opção. Sim, opção, já que quando quase todos aprendemos a ignorar a empatia quando queremos, como por exemplo, quando deixamos de olhar uma cena de um filme ou damos uma risada nervosa para conter uma lágrima; e da mesma maneira, pessoas que são consideradas verdadeiros psicopatas mergulham nos problemas de outros como se fossem seus se fizerem um esforço. Isto é, em grande parte dos casos é possível escolher ser empático ainda que isso implique um maior esforço.
Outra parte é saber ou aprender a simular as emoções que alguém mais sente. A capacidade de entender que alguém está em perigo leva naturalmente ao desejo de ajudá-lo. É se colocar no lugar do outro o que torna um vínculo mais forte, por isso é mais fácil que exista empatia entre membros de um mesmo grupo social, racial ou cultural que entre membros de grupos diferentes.
E tudo se aprende desde o berço. É mais fácil adquirir a faculdade da empatia quando se é praticada desde pequeno, então só fará aumentar. O meio familiar é um fator determinante na capacidade da empatia da criança, que evoluirá com o tempo. O mesmo acontece com o meio cultural fora de casa.
Uma coisa que sempre noto é uma espécie de preconceito e desconhecimento dos que acham que ter empatia nos torna cândidos ou mais ingênuos, e que dessa forma alguém poderia se aproveitar de nós com maior facilidade. Mas isso não é empatia, empatia significa uma abertura para o outro a um nível mais profundo, o que também pode ser traduzido em saber se alguém quer tirar proveito de uma situação particular.
Precisa-se um mundo com maior empatia, mas sobretudo um mundo com menor nível de antipatia e indiferença e mais comportamentos na direção dos que precisam de ajuda. Independente das categorizações, em última instância é o comportamento produtivo e altruísta que faz a diferença.
Fonte: io9