O Antagonista
Em maio, com a CPI da Covid em andamento, o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, gastou R$ 9.634,10 da cota parlamentar a que tem direito para despesas com alimentação, combustível e aluguel de carro. Foi o maior gasto do senador petista com essas finalidades desde novembro do ano passado.
As notas fiscais apresentadas para ressarcimento do Senado incluem um jantar numa segunda-feira, em Brasília, com direito a esfirras e torta de chocolate. Nessa ocasião, o senador tomou um vinho português de R$ 112, mas bebidas alcoólicas não são ressarcidas.
O Senado também ressarciu um lanche que Humberto Costa fez no domingo, dia 30, à noite: hambúrguer e Coca-Cola, no valor de R$ 64.
Um dia antes, um sábado, o senador almoçou em um restaurante em Brasília, tomou chopp e cerveja, comeu bacalhau, fraldinha e burrata com molho pesto. Tirando as bebidas alcoólicas e a gorjeta, o Senado ressarciu R$ 225,25 da nota de R$ 310,80 apresentada pelo petista. Até o limão espremido de R$ 0,50 na água com gás de Humberto foi pago com o dinheiro público a que ele tem direito.
Em 7 de maio, uma sexta-feira, após a segunda semana de trabalho na CPI, Humberto Costa jantou em um restaurante em Brasília e também apresentou nota para o Senado ressarcir: sem a gorjeta, o senador recebeu de volta R$ 284,01. A conta incluiu shitake e até um profiteroles (sobremesa feita com uma massa açucarada recheada com cremes, sorvetes e caldas).
Com a CPI em andamento, Humberto intensificou as viagens de avião entre Brasília e Recife: os gastos com passagens aéreas em maio, ressarcidos pelo Senado, somaram R$ 7.239,85 – o maior valor gasto pelo senador para essa finalidade desde novembro de 2019.
Mesmo passando a maior parte do tempo em Brasília, o petista também recorreu ao cotão, em maio, para alugar um Jeep Compass por R$ 6,8 mil: o veículo ficou disponível para ele o mês inteiro em Recife. Nós também pagamos.
O chamado “cotão” é dinheiro público a que os congressistas têm direito para gastar com quase tudo o que você conseguir imaginar. Existe um limite mensal de gastos, mas não é preciso comprovar a relação das despesas com a atividade parlamentar: basta apresentar as notas e nós pagamos tudo. É uma farra.