Palavra a palavra Amália desperta, umas vezes, a euforia e o deslumbramento da festa. O rosto alegre na cidade triste. Outras vezes, essa mesma voz coloca-nos perante estados profundos de angústia e de tristeza que nos fazem descer aos abismos da fatalidade e desespero.
Tudo aconteceu e com poetas tão diferentes das mais diversas épocas e tendências da história da língua portuguesa. Desde a lírica medieval, uma Cantiga de Amigo da Ermida de São Simeão, de Mendinho, e uma cantiga de João Ruiz de Castelo Branco, um dos maiores poetas do Cancioneiro Geral, até líricas de Camões: “Lianor”, “Perdigão”, “Com que voz cantarei meu triste fado” e o soneto “Erros meus, má fortuna, amor ardente”, um dos mais geniais entre quantos outros escreveu.
Bocage não a seduziu. Ao passar para os românticos, em vez de Garrett, escolheu de Castilho, as redondilhas fluentes de Pedro Gaiteiro. A lírica de João de Deus não a motivou. Fixou-se, na Geração de 70, em Guerra Junqueiro, num poema d’A Musa em Ferias (Não negues, confessa/que tens certa pena/ que as mais raparigas/ te chamem morena).
Poderia ter cantado Cesário Verde, Camilo Pessanha, António Nobre e Teixeira de Pascoais, mas avançou para o Orpheu. Tentou o “Quase” de Mario de Sá Carneiro e gostando de Fernando Pessoa – autor de um notável depoimento num inquérito acerca do significado e da essência do Fado– dizia que não era para cantar. Mas incluiu Almada Negreiros, em 1990, no seu último disco Obsessão, considerado «uma espécie de grito final».
Alguns nomes representativos do movimento da Presença entraram no seu repertório: José Régio, António de Sousa, Francisco Bugalho e Vitorino Nemésio. Acrescente-se Pedro Homem de Melo, que não foi da Presença, mas é do mesmo tempo histórico. Esta inventariação sumária, com inevitáveis lacunas, abrangeu, por exemplo, Sidónio Muralha, um dos mais indefectíveis neorrealistas; Alexandre O Neil, fundador do grupo surrealista; David Mourão Ferreira e Sebastião da Gama, duas referencias da Távola Redonda; e, ainda, Manuel Alegre que, antes e depois do 25 de Abril, se destaca na geração de protesto e de exaltação da liberdade.
E em relação ao Brasil? E a propósito dos seus poetas? Gostava de Cecília Meireles, de Vinicius, de Ribeiro Couto e de Manuel Bandeira. (Quando Vinicius esteve em Portugal, em 1970, foi apoteoticamente recebido em casa de Amália).
Uma vez levei-lhe uma antologia de Drummond. Dias depois verifiquei que não era dos seus poetas. Também procurei que lesse a Quaderna de João Cabral. A reação foi pior. E recordo-me, como se fosse hoje: «Traga-me o Castro Alves. Não sei se sabe interpretei o papel de Eugenia Camara, no filme Vendaval Maravilhoso. Levei-lhe o Castro Alves, levei-lhe o JUCA MULATO, de Menotti del Pichia (com quem tive ótimas relações e ofereceu-me um auto retrato e uma interpretação do Juca!) e, também, levei ainda uma antologia de Bilac.
Dias depois telefonou-me para jantar. «Mas venha só. Não quero mais ninguém.» Olhou-me e começou a ler: «olha (direis) ouvir estrelas» (…) e prosseguiu «e eu vos direi: «amai para entende-las! / Pois só quem ama pode ter ouvido/ Capaz de ouvir e de entender estrelas». Ao terminar tinha a voz embargada. E um nó na garganta. Também eu.
RAÍZES JUDAICAS
O centenário de Amália decorre este ano. Foi a 1º de julho, embora a certidão de nascimento registre 23 de Julho. Nasceu, por acaso, em Lisboa, na rua Martim Vaz, na Mouraria. A família era da Beira Baixa- o pai, Albertino de Jesus Rodrigues sapateiro, natural de Castelo Branco; a mãe, Lucinda da Piedade Romão, doméstica, era do Fundão.
Desde épocas muito remotas, o Fundão é uma das regiões de Portugal de maior concentração de Judeus e de Cristãos
À semelhança de Fernando Pessoa (que o confessou e escreveu, com pormenores genealógicos, num texto acerca dos seus antepassados próximos) Amália Rodrigues tem raízes judaicas na Beira Baixa. Belmonte é uma das terras portuguesas onde, após a Inquisição e até ao 25 de Abril, a população, na sua esmagadora maioria, respeitou as tradições e, simultaneamente, praticou – na clandestinidade – o culto. Tem, atualmente sinagoga, em pleno funcionamento, e um museu que faz afluir judeus de todo o mundo. É em Portugal um dos centros judaicos de conferências, debates, colóquios, mesas redondas com intervenções de personalidades notáveis de todo o mundo
Os pais de Amália chegaram pobres a Lisboa em busca de melhores condições de vida e, seis anos depois, em 1926, mudaram-se para o Fundão e continuaram pobres. Amália ficou, desde os seis anos, com os avós maternos, em Alcântara. Fez tarde a instrução primária e teve uma infância e adolescência difíceis.
Já está a ser comemorado o centenário do nascimento de Amália. Mesmo nas circunstâncias atuais resultantes da expansão da covid-19, pouco favoráveis para espetáculos públicos e outras manifestações culturais, traz à memória fatos e acontecimentos que preencheram uma vida intensamente vivida.
30 ANOS DE AMIZADE
Sendo Amália uma mulher que queria ser do povo, rodeou-se de poetas, de escritores, de músicos e de artistas plásticos que sempre acolheu, na sua casa, com afetuosa hospitalidade. A relação com o mundo social e alguns artistas que frequentavam a sua casa, decorreu dos anos 40 ao princípio dos anos 60, através do ator Erico Braga.
Agente publicitário de Amália, também organizava as promoções do Diário de Notícias. Por indicação do diretor do jornal Augusto de Castro colaborei, como repórter, durante vários anos, em algumas dessas iniciativas. Tais como o Concurso de Construções na Areia, desde Praia de Ancora até Lagos; e, em Lisboa, o Natal nas Prisões e o Natal nos Hospitais. Assim, a partir de 1961, através de Erico Braga, comecei a ser recebido em casa de Amália. Até a sua morte a 6 de outubro de 1999.
CONVÍVIO PLURAL
Também David Mourão Ferreira – ao tempo casado com uma sobrinha de Valentim de Carvalho, o editor dos discos de Amália — atraiu outros poetas, escritores e outros intelectuais, para casa de Amália. O mesmo aconteceu com Alain Oulman. Depois de Frederico Valério, musicou as letras e também selecionou para Amália poetas contemporâneos e poetas clássicos como Camões. Judeu de origem francesa e portuguesa, concretamente dos Açores e da ilha de são Miguel, oriundo da família Bensaúde, Alain Oulman nascido em Portugal, na Cruz Quebrada, tornou – se, desde 1961, amigo e colaborador de Amália.
Perseguido e preso pela PIDE, a policia política de Salazar, Alain Oulman, exilou-se, em Paris. Continuou a dedicar-se à música e, ao mesmo tempo, a trabalhar com um tio, proprietário da editora Calmam Levy. Será, em 1972, o editor da primeira versão resumida, em língua francesa, do livro de Mario Soares Le Portugal Baillonné, só publicado na íntegra, em português, em Outubro de 1974, e com o título Portugal Amordaçado.
David Mourão Ferreira atraiu para casa de Amália poetas, escritores e outros intelectuais, que ingressaram naquela tertúlia, que avançava pela noite e a madrugada.
RUA DE SÃO BENTO 193
A casa que Amália comprou, em 1955,– um edifício pós-pombalino na rua de São Bento número 193 — onde viveu mais de 40 anos, era ela. Ela própria, com todas as euforias e depressões que se alternavam no quotidiano. Também eram os amigos e, evidentemente, as pessoas da família. O resto era a paisagem que enquadrava essa extraordinária personalidade – os painéis de azulejos do século XVIII, lindíssimos e autênticos.
Flores, muitas flores, renovadas todos os dias. O piano de cauda, com uma guitarra em cima; alguns móveis, alguns quadros, entre ao quais o inevitável retrato mundano de Eduardo Malta.
Falta, ainda, o busto de Amália do escultor Joaquim Valente que lhe fixou a pose, a atitude, os olhos próximos e distantes, a imagem de marca da consagração nas casas de Fado em Lisboa, que a projetou em Portugal inteiro e, poucos anos depois, estendeu-se às capitais da Europa e das Américas, mantendo os vínculos com a essência de Lisboa.
Talvez por isso, Aquilino, num dos seus livros, situou-a entre os mitos de Lisboa, ao falar da «cidade maravilhosa de Ulisses e de Amália». Anos mais tarde – quem o diria? – ambos ficaram no Panteão Nacional.
BRASIL, SEMPRE TÃO PRÓXIMO
A consagração de Amália nas casas de Fado, em Lisboa, foi muito rápida. Participou, em 1950, numa serie de espetáculos, patrocinados pelo Plano Marshall, nas capitais da Europa. Estreou em 1956, em Paris, no Olympia. Os êxitos multiplicaram-se em sucessivas temporadas. O prestígio alargou – se às Américas, à Índia e ao Japão.
O Brasil ocupou um lugar muito especial. Ficaram, por exemplo, memoráveis, inúmeros espetáculos Canção Popular no Rio (1966), protagonista do Canecão no Rio (1972); a última intervenção em 1991. Foi no Rio de Janeiro que, em 1961, casou com o engenheiro Cezar Seabra que, até falecer, em 1997, foi o companheiro inseparável.
Guilherme de Figueiredo teceu-lhe os maiores louvores. Também Carlos Lacerda.
E Assis Chateaubriand enalteceu «na sua arte do canto, o demônio da sinceridade» ( …)que «é o protótipo do que o árabe deixou de mais sedimentado da sua ocupação na Península.» Em França André Maurrois sintetizou: «Amália é um fenômeno só comparável a Nijinsky»
PRESENÇA DE NEMÉSIO
David Mourão Ferreira introduziu Vitorino Nemésio. Foi um dos refúgios, num momento de enorme depressão. Nemésio chegava antes do jantar. Vinha da rua mestre António Taborda, de uma das residências dos jesuítas e sede da redação da revista Brotéria. O Padre Manuel Antunes era um dos que lhe ouvia as confidências.
Subsistia ainda em Vitorino Nemésio a ressaca de uma crise religiosa, resultante de graves problemas familiares e coincidiu com o regresso a uma prática católica repleta de excessos. Em vez do encontro direto com Deus, entrando pela porta principal da igreja, mergulhava primeiro no submundo das superstições e na praga das intrigas das sacristias. Data esta fase do início dos anos 50, e ficou documentada em dois livros O Pão e a Culpa, conjunto de poemas ao arrepio de circunstâncias, e Retrato do Semeador, crônicas e artigos de opinião, recuperados da coluna semanal que mantinha no Diário Popular.
Qualquer dos dois livros desencadearam polêmica. Houve quem duvidasse da sinceridade que os ditou, e até os considerasse uma ligação política ao regime, haja em vista a relação promíscua, escandalosa e fascista entre a igreja e o Estado. Foi corajosamente denunciada na Carta do Bispo do Porto D. Antônio Ferreira Gomes a Salazar.
Mas à medida que se ia libertando do que Fernando Pessoa classificou de «pieguice fruste» e «catolicismo campestre», Nemésio voltou a ser outro. Os poemas do Canto de Véspera e de O Verbo e a Morte reataram a amplitude do intelectual e a dimensão humana do crente sem minudências aviltantes.
FASCÍNIO RECÍPROCO
A paixão escaldante – e amplamente correspondida – por Margarida Vitória, a famosa Marquesa de Jácome Correia, desencadeou, em Nemésio, energias amordaçadas.
Amália gostou imenso de Margarida, grande mulher e grande senhora, escorraçada e destruída pela sua própria família. Esse sentimento de muito apreço perdurou, na íntegra, até à morte de ambos.
Foi nesses anos loucos de amor tardio e errático que Nemésio ofereceu a Amália um dos seus livros mais açorianos e mais acessíveis ao seu gosto – Festa Redonda. O título acrescenta: «Décimas & Cantigas de Terreiro oferecidas ao povo da Ilha Terceira por Vitorino Nemésio, natural da dita ilha».
PROJETO LUSOFONIA
Na sequência da fundação, em Novembro de 1989 da CPLP (Comunidade dos Países da Lingua Portuguesa), José Pracana concebeu um projeto para impulsionar a lusofonia. Era um espetáculo com Amália – apenas a voz e apenas a sua presença emblemática- a difundir através do lugar simbólico da ilha do Corvo a expansão da língua, da poesia e da música portuguesa, para todo o mundo lusófono, com incidência nos países da emigração.
Para o projeto inicial que se malogrou e que tive a honra de colaborar, a pedido de ambos, Amália escolheu a “Décima de Sílvio e Silvana”, poema do livro Festa Redonda, que a emocionou profundamente.
Todavia, Alain Oulman musicava, na altura, versos de Cecília Meireles e não pensava noutra coisa. Amália não desistiu do poema e pediu, entretanto, a colaboração musical do seu guitarrista Carlos Gonçalves, aguardando, para logo que possível, os arranjos de Alain Oulman ou, se ele entendesse, uma versão apenas da sua autoria.
RETRATO OU AUTORRETRATO
Decorrido pouco tempo, em Março de 1990 falecia Alain Oulman, em Paris. Amália resolveu, então, concluir a interpretação e música e fazer a gravação da “Décima de Sílvio e Silvana”. Inexplicavelmente continua numa fita cassete. Sem a edição que se impõe.
Na Décima de Sílvio e Silvana” Amália transfigurava-se. A voz, logo que rompia o silêncio, conjugava o real e o imaginário. Era um suceder de espanto a espanto : O seu pente é um triste cardo,/a sua vida é chorar (…)/Tem sinais de anjo na cara/e de cabrinha no pé !(…)/ Retraça cachinhos de uvas./A terra dá flores de sangue,/O céu agulhas de prata;/Uma sereia escondida / Canta, canta que se mata:/ “Toca, flauta! E tu, Silvana, /Queima o teu pente dorido… /Sirva-te o mar de cabelo!” /Sílvio – navio perdido…)
João David Pinto Correia, num ensaio sobre “Voz e povo na poesia de Vitorino Nemésio”, identificou nas estrofes da “Décima” (afinal 24 quadras) a dimensão lendária de uma Sereia Melusina com sinais de Dama Pé de Cabra, mas transformada em Bela Infanta. Para além do que João David Pinto Correia salientou e de tudo quando há de raiz e de sentimento açoriano, Amália – pude várias vezes confirmá-lo – revia-se e sentia na “Décima de Sílvio e Silvana” o seu retrato, ou o retrato que desejava ter na posteridade.
… Todo um percurso que nos revela - e em traços nítidos e em situações contrastantes – o que era, afinal, a mulher, inexoravelmente dividida entre o orgulho e a humildade, entre o esplendor da vida e o espectro da morte...
A EDIÇÃO QUE SE IMPÕE
Para o projeto inicial que se malogrou – derivando para uma incursão na história e na exaltação do Fado. Solicitei-lhe uma cópia da gravação. Acedeu com todo o gosto, dando indicações para que me fosse entregue uma cassete. Voltei a pedir. Pedi outra vez. Possivelmente, ainda mais outra vez. Surpreendida de não me ter sido entregue a cassete, Amália voltou a recomendar que me dessem cópia da gravação.
Mas o excesso de zelo da corte que a rodeava e a manipulava era um bloqueio contínuo. De adiamento em adiamento passaram os meses, até que surgiu o ponto final que a sua morte acabou por colocar.
Tudo me leva a supor que essa gravação ainda permanece no espólio da casa de S. Bento, atual Fundação e Museu com o seu nome. Dirijo, portanto, um apelo ao presidente ou aos seus administradores, para que essa interpretação, até agora inédita, seja editada por ocasião do centenário.
AS DUAS CARTAS
Nesta memória retrospectiva vale a pena transcrever a “Carta” que Amália dirigiu a Vitorino Nemésio, uma carta em versos muito coloquiais e simples, a que todavia não falta engenho poético:
Talvez que o anjo esquecido, /O anjo da poesia, /Se tenha de mim perdido/Sem reparar que o fazia…/Por isso me faltam asas/E me sobejam as penas/De um desejo inalcançado:/Que eu gostava de voar/Até ao anjo perdido/O anjo de mim esquecido, /Que por mim é tão lembrado./Ai se eu tivesse voado/Aonde queria voar/Não estava agora a rimar/Versos de asas cortadas./Voava junto de si/Assim fico aonde me vê/Mesmo pregadinha ao chão/Com asas de papelão/E sem entender porquê./Pois a uns faltam-lhe asas/Mas por ter asas cortadas/Sofrem uns e outros não?/Eu tenho sofrido muito/Nos meus voos ensaiados/Que ao querer sair do chão/Ficam-me os pés agarrados,/…E por falar dos pés/Com versos de pés quebrados/Perdoe lá a quem os fez/Pelo mal dos meus pecados/Só os fiz por timidez/Que tenho em me dirigir/A quem tem por lucidez/Razão para distinguir/O bom e o mau Português./Assim à minha maneira/Aqui venho responder/Desta forma tão ligeira/Que a sério não pode ser!
Ao recapitular mais de trinta anos de convívio, nas mais diversas situações, verificamos na “Carta” a Vitorino Nemésio que acabamos de transcrever o engenho poético de Amália. E numa segunda carta a Nemésio e em versos igualmente coloquiais, Amália também voltou a manifestar um sentimento afetuoso de modéstia: Ai meu querido professor, /eu nunca fui sua aluna, /não tenho instrução nenhuma;/ como posso entender/ o que o senhor quis dizer/sem saber ler, nem escrever?»
FRENTE A FRENTE
Contudo, no universo íntimo de Amália predominavam os sentimentos mais profundos e mais vulneráveis da condição humana e que se refletiram em todos os séculos da história da literatura portuguesa, desde as cantigas da época medieval até as criações dos poetas seus contemporâneos.
As referências que marcavam o seu modo de estar na vida e do que poderia haver para além dela permaneciam associadas aos símbolos, aos mitos e as alegorias extraídos da realidade natural: o descer da noite espalhando sombras; o olhar para o céu a aguardar uma resposta; a claridade azulada da manhã para o confronto do dia-a-dia; o ir e vir nas espumas do mar e nos soluços das rajadas do vento.
… Todo um percurso que nos revela – e em traços nítidos e em situações contrastantes – o que era, afinal, a mulher, inexoravelmente dividida entre o orgulho e a humildade, entre o esplendor da vida e o espectro da morte.
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- ANTONIO VALDEMAR – – Jornalista, investigador, sócio efetivo da Academia das Ciências de Lisboa e titular da cadeira número 3 dos sócios correspondentes da Academia Brasileira de Letras