Alessandra Monnerat
Estadão
Ainda não existe uma vacina contra o novo coronavírus. Publicações nas redes sociais afirmam que Cuba já desenvolveu a imunização contra o vírus, o que é falso. Na verdade, o governo cubano firmou uma parceria com a China para tratar pacientes do covid-19 com o medicamento interferon Alfa 2B. De acordo com o Granma, jornal oficial da ilha, o remédio obteve resultados positivos na cura de 1.500 pacientes chineses.
O interferon Alfa 2B não é um medicamento novo. De acordo com a Fiocruz, ele tem sido usado em estudos com pacientes de hepatite B, hepatite C, leucemia e outros.
VACINA PRÓPRIA – A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que ainda não existem medicamentos ou terapias comprovadamente capazes de evitar a infecção pelo novo coronavírus. A entidade informa que o vírus é tão novo e diferente que precisa de uma vacina própria.
As imunizações contra pneumonia e gripe não oferecem proteção contra o SARS-Cov-2. Até agora, a forma mais eficaz de se proteger é com medidas de higiene simples, como higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel.
A OMS tem apoiado cientistas que estão pesquisando opções de vacina. No entanto, ainda não há previsão de quando elas podem ser liberadas para o público.
PROCESSO DEMORADO – De acordo com o Instituto Butantan, “o processo de pesquisa e desenvolvimento de uma nova vacina é constituído de diversas etapas, tratando-se, portanto, de um processo demorado, de alto investimento e associado a riscos elevados”.
A primeira etapa de desenvolvimento de uma vacina é de pesquisa básica; depois, são realizados estudos pré-clínicos (sem pessoas). Só então a imunização é testada em seres humanos e, após um longo processo, pode ser disponibilizada para a população.
O Estadão Verifica também entrou em contato com a BioFarmaCuba, empresa citada como responsável pelo desenvolvimento da vacina na ilha. Não obtivemos resposta até a publicação desta checagem.