Intervenção com tinta preta no espaço cultural tem como objetivo sensibilizar os visitantes sobre o desastre ambiental que atinge as praias nordestinas
O museu Paço do Frevo, no bairro do Recife, amanheceu nesta terça-feira (29) com a fachada manchada de tinta preta. A intervenção foi realizada pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), organização social gestora do espaço cultural, em protesto contra vazamento de óleo que já atingiu mais de 150 praias do Nordeste desde o início de setembro.
O objetivo da ação é chamar atenção para o tamanho do desastre ambiental e sensibilizar os visitantes, que nesta terça-feira têm entrada gratuita no museu, sobre a urgência de medidas sanativas.
“A inoperância de soluções a contento e em tempo hábil coloca em questão a vida de toda uma região. Somos um centro de referência de um patrimônio da humanidade, o Frevo, e falamos todos os dias sobre a preservação de bens de incomensurável valor, nos posicionando sempre pelas garantias dos direitos humanos e por ações que transformadoras para um mundo mais justo, seguro e acolhedor”, afirma a nota oficial divulgada pelo instituto.
Confira a nota oficial na íntegra:
“Nossa casa está manchada
Ante aos drásticos acontecimentos do acidente ambiental sem precedentes do vazamento de óleo que atinge as praias do Nordeste, é nossa obrigação, como espaço de cultura e cidadania, expressarmos nossas severas preocupações com a urgente necessidade de medidas de enfrentamento e redução dos danos. Cabem às instituições governamentais federais zelar pelo bem estar não apenas de todas as populações brasileiras mas também prover um ecossistema sustentável para as gerações futuras.
A inoperância de soluções a contento e em tempo hábil coloca em questão a vida de toda uma região. Somos um centro de referência de um patrimônio da humanidade, o Frevo, e falamos todos os dias sobre a preservação de bens de incomensurável valor, nos posicionando sempre pelas garantias dos direitos humanos e por ações que transformadoras para um mundo mais justo, seguro e acolhedor. Somos também um espaço para debater o meio ambiente e sustentabilidade, recebendo no próximo mês atividades da Conferência Brasileira de Mudança do Clima, encontro anual de organizações não governamentais, movimentos sociais, governos, comunidade científica e o setor privado e público brasileiro. O meio ambiente é assunto de todos nós.
Dessa forma, estamos solidários a todas as populações litorâneas atingidas diretamente pela tragédia, a todos os voluntários que, mesmo em condições impróprias, arriscam-se a dirimir o impacto do petróleo na vida marinha e a todas entidades ambientais que estão envolvidas para que as medidas necessárias não sejam mais ignoradas. Não há patrimônio sem salvaguarda e o meio ambiente é o patrimônio vital da nossa existência.”