A notícia de que o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou que a Polícia Federal investigue a relação entre uma rede de disparos de mensagens de WhatsApp favoráveis a Bolsonaro e ataques sofridos pelos ministros da corte foi levada ao plenário do Parlamento do Mercosul (Parlasul) pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), nessa segunda-feira (14).
Ele alertou os colegas para os riscos que a produção e divulgação de fake news podem gerar para o resultado de eleições e para a democracia de um país, a exemplo do que aconteceu no Brasil no ano passado, quando as notícias falsas pró-Bolsonaro e contra Fernando Haddad, candidato do PT, mudaram o destino do Brasil. Argentina, Bolívia e Uruguai terão eleições em breve.
Humberto, que é membro da CPI mista das fake news no Congresso Nacional, criticou a produção de informações caluniosas por parte dos bolsonaristas, inclusive com o uso e o apoio do Palácio do Planalto, para atacar instituições públicas e inimigos e influenciar eleições, votações no Congresso Nacional e julgamentos no Judiciário.
Segundo o senador, a Comissão Parlamentar de Inquérito da qual faz parte irá comprovar, nos próximos meses, a vinculação entre a extrema-direita bolsonarista e as notícias falsas produzidas no país.
“Já houve duas decisões importantes: a informação de que WhatsApp cancelou 1,5 milhão de contas de notícias falsas e de ataques a pessoas e políticos e a confissão oficial de que a rede foi utilizada para disparos em massa contra o PT e a favor de Bolsonaro. A CPI vai investigar tudo o que está sendo divulgado”, afirmou.
O parlamentar declarou no Parlasul que as ações criminosas nas redes sociais têm de ser denunciadas para que sejam investigadas e os responsáveis sejam devidamente punidos.
“Essa prática precisa ser contida não só nas eleições. Essas redes de falsidade continuam funcionando e prejudicando as democracias, como temos vistos em várias partes do mundo, com a tentativa de enfraquecimento das instituições para abrir caminhos às forças populistas”, comentou.
No discurso, Humberto também falou sobre a crise no Equador. O senador avalia que a revolta da população se deve ao fato de as políticas neoliberais implementadas naquela nação vizinha só trazerem mais pobreza, desemprego e perspectivas negativas.
“No Brasil, estamos vendo que essas medidas duras contra o povo não geram renda nem riqueza. Muito pelo contrário: só agravam o quadro de miséria. E é por isso que também derrotaremos essa nefasta escolha por aqui. Nas ruas ou nas urnas”, disse.