Patrik Camporez e
Breno Pires
Estadão
Os investigadores da PF concluíram parte da perícia dos materiais apreendidos na Operação Spoofing na última semana. Até o momento, além das suspeitas de que Delgatti teria recebido pelas mensagens que vazou, também dizem ter encontrado elementos que indicam fraudes bancárias. Os quatro suspeitos foram presos pela Polícia Federal no dia 23 de julho, no âmbito da investigação sobre a invasão de telefones celulares de autoridades, incluindo o presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador da República e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol. Como revelou o Estado na época das prisões, Delgatti afirmou em depoimento à PF ter repassado o conteúdo das supostas mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil, que tem divulgado reportagens com base nas conversas desde junho. O hacker disse que não cobrou contrapartidas financeiras para repassar os dados.
OUTRO LADO – Procurada, a defesa de Delgatti afirmou que, até o momento, a PF não apresentou nos autos os supostos arquivos acessados pelo seu cliente. “Considerando todo material apreendido há mais de um mês, tempo hábil para o delegado apresentar provas concretas dos supostos acessos, uma mera tentativa de acesso, sem comprovação de invasão, com cópia de dados, não justifica o acautelamento provisório. Ressalte-se que Walter Delgatti Neto é estudante de Direito e até o momento não apresentou nenhum risco à continuidade das investigações, sempre colaborando com a autoridade policia”, afirmaram os advogados.