Escrava brasileira serve de “cavalinho” para criança branca. Esta fotografia, datada do final do século 19, tem uma carga simbólica imensa e pode ser relacionada com inúmeros eventos violentos ocorridos no Brasil durante os séculos posteriores.
Ruínas de uma igreja no Arraial de Canudos após a Guerra de Canudos, um conflito sangrento em que tropas da República entraram em confronto direto com um grupo de sertanejos que, liderados pelo peregrino Antônio Conselheiro, fundaram uma comunidade auto-suficiente, contrariando os interesses latifundiários e a política tributária do país. Não houve rendição, Canudos resistiu até o último homem, no que resultou na morte de cerca de 20 mil sertanejos, foto de 1897.
Bonde virado por populares durante a Revolta da Vacina, um conflito urbano violento que estourou no Rio de Janeiro com a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola. Nos primeiros anos da República, a população conviveu com um Estado cada vez mais forte e intrusivo, durante a vacinação obrigatória, era comum agentes invadirem as casas e fazerem uso da violência para aplicar a vacina, foto de 1904.
Soldados brasileiros fazem patrulha de reconhecimento após a Batalha de Montese, na Itália, a mais sangrenta participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial, entre mortos e mutilados, calcula-se mais de mil vítimas deste confronto entre brasileiros e nazistas, foto de 1944.
Homem é torturado em público, preso ao temido pau-de-arara, durante uma demonstração de métodos de tortura institucional da Guarda Rural Indígena, em uma parada militar em Minas Gerais, foto de 1970.
As duas imagens acima, assim como a do homem torturado em um pau-de-arara, demonstram a face sombria do Regime Militar instituído a partir de 1964. Na imagem à esquerda, uma índia da tribo cinta-larga brutalmente assassinada a mando de latifundiários, ela foi cortada ao meio. Na imagem à esquerda, o corpo do jornalista Vladimir Herzorg em uma cena de suicídio forjado, ele foi uma das muitas vítimas fatais da tortura durante os anos da ditadura. Entre subversivos e “obstáculos”, muitos brasileiros pagaram com a própria vida o preço de não fazer parte dos interesses dos militares.
Contagem de detentos após o Massacre do Carandiru, uma ação policial que resultou na morte de 111 presos durante uma rebelião no que era considerado a pior penitenciária da América Latina, foto de 1992.
Policial Militar do Rio de Janeiro pisa a cabeça de um suspeito algemado em uma cena que resume muitas críticas feitas à polícia militar brasileira e seus métodos de atuação. Essa foto recebeu prêmios internacionais de jornalismo e foi capa do Jornal do Brasil em 1997.
Fonte: CEERT