A deputada estadual Priscila Krause (DEM) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), na tarde de hoje, para cobrar do governador Paulo Câmara (PSB) posicionamento de “coerência” na discussão da Reforma da Previdência em tramitação no Congresso Nacional. Citando estudo publicado hoje pelo Instituto Fiscal Independente (IFI), vinculado ao Senado Federal, que coloca Pernambuco como o sétimo estado com pior situação quanto à sustentabilidade do seu regime previdenciário próprio, a deputada afirmou que “ainda há tempo” de o Palácio das Princesas assumir a responsabilidade que lhe cabe, liderando junto à bancada federal o convencimento de votos pela aprovação. Na opinião da deputada, até o momento o PSB de Pernambuco “fecha os olhos ao futuro e enxerga apenas a eleição de 2020, fazendo jogo duplo e dificultando diretamente a possibilidade de darmos esse passo à frente. Uma incoerência que a história cobrará”.
“Tenho convicção, misturada à esperança, que nem o Palácio das Princesas nem nesta Assembleia Legislativa irão se furtar à responsabilidade que pertence a cada um de nós, integrantes transitórios do poder público, perante o destino que queremos para o nosso estado”, registrou. Defensora da inclusão dos estados e municípios na Reforma que será votada no Congresso, Priscila também adiantou que a Casa de Joaquim Nabuco deverá se colocar rapidamente na discussão caso se decida pela exclusão desses entes federativos nas modificações a serem realizadas. “Se houver entendimento contrário, o governador deve se antecipar na elaboração da reforma estadual. Ela precisa acontecer o mais próximo possível da sua versão nacional”, acrescentou.
Para ilustrar a situação de iminente colapso fiscal, Priscila Krause afirmou que só nos primeiros quatro meses do ano Pernambuco já gastou R$ 170 milhões a mais que no mesmo período de 2018 com o pagamento de aposentados e pensionistas e que, só na Polícia Militar, o número de servidores que deixaram a ativa cresceu 66% até maio, também em comparação com o ano passado: foram concedidas aposentadorias para 423 servidores contra 255 nos cinco primeiros meses do ano passado. “Enquanto titubeia entre críticas à Reforma e uma assinatura envergonhada da carta dos governadores a favor da manutenção dos estados e municípios na proposta, o governador se depara diariamente com uma dinâmica fiscal que logo mais será ingovernável”, complementou.