A primeira parceria confirmada entre o Governo de Pernambuco e o Governo Federal é a inclusão do município do Paulista, localizado na Região Metropolitana do Recife, na seleta lista do Programa Nacional de Combate à Violência. O projeto será implementado, em caráter piloto, nos municípios com alto índice de homicídios em cada região do País. São eles: Cariacica, no Espírito Santo; Ananindeua, no Pará; São José dos Pinhais, no Paraná; Paulista, em Pernambuco, e Goiânia, única capital da lista.
O programa será lançado oficialmente pelo Governo Federal no dia 28 de maio, com início das atividades previsto para 1º de julho. As cidades escolhidas devem receber cerca de R$ 200 milhões para a aplicação. A experiência deverá acontecer ao longo de três meses, com possibilidade de renovação, e contará com a Força Nacional, as policias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF), que darão suporte às polícias civis e militares. A parceria já havia sido discutida no dia 28 de março, durante a estada do secretário Nacional de Segurança Pública, general Guilherme Teófilo.
Ao fim do encontro de ontem, o governador Paulo Câmara (PSB) comentou sobre a oportunidade. “É uma ação integrada, que não envolve apenas repressão, mas também a prevenção e a presença do Estado. A gente ficou de conversar mais. Vamos avaliar os resultados com a ação em Paulista”, explicou. “Será uma ação articulada pela redução dos homicídios naquela região. É piloto para termos de condições, mas, na frente, esperamos fazer em outras localidades”, contou Câmara.
O governador também sinalizou o interesse de cooperação com o governo Bolsonaro. “A gente espera que isso possa ter um desdobramento e trabalhar em conjunto. O que vier de ajuda do Governo Federal, principalmente nas questões do tráfico de drogas e de armas é importante para Pernambuco”, disse. Ações nos presídios e a presença de inteligências como a PF e PRF foram lembradas. “São ações permanentes, que estaremos sempre conversando com o Governo Federal, dentro de uma pauta realmente de buscar reduzir o número de homicídios em todo o Estado.”
Na segunda-feira, uma delegacia comunitária será implementada no bairro de Maranguape I. De acordo com o capitão Manassés, do 17º Batalhão da Polícia Militar de Paulista, uma das exigências do Governo Federal foi uma contrapartida de cunho social. “A estratégia tem como referência o modelo policial japonês Koban, que propõe uma parceria entre a comunidade e a polícia. Cerca de 17 policiais militares e 10 guardas municipais tiveram aulas sobre políticas comunitárias, gestão no atendimento, direitos humanos e práticas de ensino para lidar com a comunidade”, explicou.