Justiça torna réus o mandante e o executor do atentado contra o jornalista Ricardo Antunes

   A Justiça de Pernambuco transformou em réus o empresário e o agressor envolvidos no brutal atentado contra o jornalista Ricardo Antunes, ocorrido em agosto de 2023, no centro do Recife. Ambos foram formalmente acusados pelo Ministério Público e agora responderão judicialmente como mandante e executor da tentativa de homicídio.

A decisão representa um marco na luta contra a violência dirigida à imprensa e reafirma que a liberdade de expressão é um direito constitucional que não pode ser atacado com impunidade. Ricardo Antunes, conhecido pela coragem com que conduz reportagens investigativas e pela independência editorial, foi violentamente espancado em via pública — uma agressão que, segundo a denúncia, teve motivação direta em razão de seu exercício profissional.

Com base nas provas colhidas pela Polícia Civil e apresentadas pelo Ministério Público, a Justiça entendeu haver elementos suficientes para configurar o crime como um atentado à vida e à liberdade de imprensa, com clara articulação entre o mandante e o agressor. A denúncia foi aceita na íntegra, e os acusados agora responderão por tentativa de homicídio qualificado, entre outros possíveis crimes correlatos.

Ricardo Antunes, que ainda se recupera das sequelas físicas e emocionais da violência sofrida, declarou que vê na decisão um avanço importante não apenas pessoal, mas coletivo: “Esta luta não é só minha. É de todos os jornalistas que insistem em fazer seu trabalho com dignidade num país onde a verdade ainda custa caro.”

A tramitação do processo será acompanhada por entidades de defesa da liberdade de imprensa, jornalistas independentes e organizações de direitos humanos, que alertam para o risco de novos ataques em um ambiente onde o jornalismo investigativo tem sido constantemente alvo de intimidações e retaliações.

O caso de Ricardo Antunes, agora reconhecido judicialmente como crime planejado e executado contra um jornalista em pleno exercício da profissão, reforça a urgência de políticas públicas e mecanismos de proteção a comunicadores ameaçados. Punir os culpados não é apenas fazer justiça a Ricardo — é proteger o direito de toda a sociedade de ser informada.