
“O amor é eterno: o aspecto pode mudar, mas não a essência”, ensinou o pintor holandês Van Gogh, uma das figuras mais famosas e influentes da história da arte ocidental. Van Gogh reflete sua crença de que o amor transcende o tempo e as circunstâncias, um sentimento que permanece estável mesmo quando suas formas mudam.
Não há nada mais verdadeiramente artístico do que amar as pessoas — e amar também é uma arte, que se pratica no dia a dia, com sutileza, humildade, coração aberto, expulsando todos os egos que nos arruínam. Em “Soneto da fidelidade”, o doce, boêmio e saudoso Vinícius de Moraes promete que tudo “ao seu amor serei atento”.
Amor não se explica. “Amo porque amo”, escreveu Rubem Alves, meu cronista preferido. Nas suas “Sem-razões do amor”, Carlos Drummond de Andrade diz “te amo porque te amo”. “O amor é quando a gente mora um no outro”, sintetizou o grande Mário Quintana, que devoro nas horas de aflição, para compreender o amor e o sentido da vida.
Não há quem não se dobre ao amor. Está na Bíblia, a palavra sagrada de Deus: No livro de Coríntios 13, capítulos 4 e 7: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.
Até o físico alemão Albert Einstein se rendeu ao amor: “O amor é uma força poderosa e transformadora! Quando enfrentamos dificuldades ou momentos de tristeza, escolher o amor nos dá a força necessária para superar os desafios, pois o amor inspira e motiva”, escreveu.
Eu sou movido pelo amor. Meu amor pela minha Nayla, meus filhos, minha família, meus amigos mais próximos, de fé, coração e alma. Tenho a exata compreensão de que o amor transforma, é o sal da terra, a alegria de viver. O amor não se vê com os olhos, mas com o coração, como disse o poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare.
Quando o amor nos encontra, chega sem avisar, mexe com tanta coisa dentro da gente que tudo o que queremos é declarar aquilo que sentimos. Desde o primeiro dia que conheci minha Nayla, faço declarações de amor todos os dias. E não me canso! Já se vão quatro anos. É o coração que impulsiona, é a alma que dá o sacolejo.
Os dias ficam mais coloridos, porque declarações de amor são como uma pilastra: foram criadas para dar sustentação. Também ensina e encoraja. Muitas vezes, nesta correria de vida louca que levo, basta só pensar na minha Nayla que tudo muda. A vida passa a ter cor, as tristezas desaparecem e só há espaço para a alegria, a esperança, o amor.
O sorriso dela abre um raio de sol, sua presença é um verdadeiro presente. É mais bela do que as palavras que encontro para traduzir. Nossa história de amor é a mais bonita de todos os romances, porque é real e tem o Sertão, nossa estação natal, para regar nossos sonhos. Seu sol escaldante abre as dificuldades no meio do caminho.
Não há pedra sobre pedra que não seja removida. O clarão da lua quando chega nas noites insones do Sertão nos dá a certeza de que é disso que o amor é feito: entrega, dedicação, vontade. Amo tudo na minha Nayla: seu sorriso meigo, sua voz e até suas manias. Ela nasceu em Sertânia, na beira do rio Moxotó. Eu, em Afogados da Ingazeira. De nascença, já bebi a água poética do rio Pajeú.
Não posso nem imaginar uma vida completa se não estiver ao seu lado, me dando forças, me inspirando, rezando por mim. Mário Quintana, sempre o grande Quintana, diz que anão é quem não sabe deixar o amor crescer. A arte de viver, para ele, é a arte de amar.
“Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários”, chega ele, o grande Drummond, que escreveu seus maiores testamentos sobre o amor inspirado nas montanhas alterosas de Minas Gerais.
Menina doce de alma sertaneja, minha Nayla me ensinou que o amor nasce de pequenas coisas, vive delas e por elas às vezes morre. Sem ela, o que seria de mim? Seria um pobre a recitar tristonho Madre Teresa de Calcutá: “A falta de amor é a maior de todas as pobrezas”.