Por CLAUDEMIR GOMES – A semana começou com o presidente da Federação Pernambucana de Futebol chamando torcedores de fdp, e dizendo que eles não tinham coragem de trocar bala e trocar tapa. Uma violência verbal sem precedente no currículo de um comandante do futebol pernambucano. Oito dias depois a resposta acontece em forma de barbárie: sangrenta, aterrorizante, mortal. Assim foi o “esquente” do Clássico das Multidões promovido pelas torcidas do Santa Cruz e do Sport.
Os bairros da Torre e da Madalena foram transformados em praça de guerra. Imagens da selvageria tomaram conta das redes sociais. As cenas de violência provocadas pelos barbaros dos século XXI inibiam qualquer filme de terror exibido na Netflix, Globoplay, Amazon…
Da forma mais aterrorizante possível, os selvagens que se diziam representantes das tribos tricolor e rubro-negra, mostraram ao mundo que não tinham medo se trocar tapas. Mais que isso, exibiram uma sede de sangue, e uma satisfação em matar bem maior do que se via nos gladiadores em épicos confrontos nos antigos circos romanos.
Em tempos de Inteligência Artificial a sensação é de que o setor de inteligência dos orgãos responsáveis pela segurança pública é burro. É do conhecimento de todos que essas gangues, que são chamadas de torcidas organizadas, programam seus duelos pelas redes sociais. Mas nada pára esses selvagens que tocam terror nas ruas recifenses há anos, em dias de jogos.
Aqui já se criou Juizado do Torcedor; grupos para estudar e coibir violência, se criou de tudo, e nada funcionou a contento. A violência só aumentou.
Não sei se existe uma meta a ser batida com o registro de óbitos no futebol pernambucano. Bom! Na barbárie deste sábado foi mais um para a conta. A emergência do Hospital da Restauração atendeu mais de dez feridos na “Guerra da Torre”.
Depois que o sangue manchou as ruas da cidade, que o pânico tomou conta da população, medidas foram tomadas. A governadora Raquel Lyra informou nas suas redes sociais que foi providenciado um reforço de 700 PMs. Como sempre, as medidas são adotadas para atenuar os efeitos.
Quando será que os responsáveis pela segurança serão proativos nessa cruzada com as organizadas?
Os próximos dias colocarão muitos políticos sob os holofotes. A violência que assustou o Recife neste histórico sábado sangrento servirá de mote para inúmeros protestos. Torço para que os “gritos” ecoem de alguma forma, pois em anos de confronto, a violência das organizadas tem vencido de goleada.
O jogo?
O que tenho a dizer é que o Santa Cruz jogou com a garra de um leão e venceu (1×0) um Sport que se movimentou como uma minhoca despretenciosa. Os tricolores festejaram a quebra de um tabu que já durava quatro anos.