Eleições Olinda 2024: Igreja Católica reúne candidatos para ouvir propostas. Por Anthony Santana

Evento ocorreu no Vicariato de Olinda e contou com a participação da maioria dos postulantes

Vicariato de Olinda recebe candidatos – Clarice Melo / Folha de Pernambuco
Por Anthony Santana
O Vicariato de Olinda, ligado à Arquidiocese de Olinda e Recife, recebeu nesta sexta-feira (20) os candidatos à Prefeitura de Olinda para ouvir as propostas para a área social da cidade.

Estiveram presentes os candidatos Antônio Campos (PRTB), Izabel Urquiza (PL), Márcio Botelho (PP), Mirella Almeida (PSD) e Vinícius Castello (PT). O candidato do PCO, Clécio Basílio, não foi localizado pela organização para que pudesse ser feito o convite para participar.

O Frei Denis Pimentel abriu o evento e justificou sua realização, tendo esse sido o primeiro do tipo promovido por um Vicariato. “Nós patrões queremos saber o que nossos funcionários pretendem fazer na gestão”, afirmou o Frei.

Os candidatos tiveram 20 minutos iniciais para expor as propostas, mas nenhum usou o tempo completo. Na ordem alfabética, Antonio Campos (PRTB) abriu os discursos e fez questão de ressaltar sua relação com a Igreja, relembrando ter sido batizado pelos pais e ser crismado por Dom Hélder Câmara.

Campos apresentou como proposta a realização de parcerias com igrejas Católicas e Evangélicas para colocar em prática programas sociais como o “Fome Zero”, que pretende implantar na cidade. Ele defendeu também a abertura de duas casas de recuperação para combater o uso de drogas na cidade.

“Quero fazer o maior programa social para recuperar os jovens de Olinda das drogas, um trabalho voluntário, de forma alguma será compulsório. Irei comprar duas casas na área rural de Olinda e fazer duas grandes casas de recuperação, de acordo com a lei, além de fazer convênios e parcerias com as igrejas. É pão e salvação”, ressaltou o postulante.

Izabel Urquiza (PL) foi a segunda a tomar a palavra e destacou os baixos índices de eficiência na gestão em que figura a cidade. A candidata destacou sua trajetória profissional e salientou que por algum tempo tentou fugir da política, mas que, ao ser indicada pelo grupo político que sua mãe, a ex-prefeita Jacilda Urquiza, foi convencida.

“No meu plano de governo, tem o compromisso de fortalecer a colaboração com instituições religiosas para promover inclusão social, segurança alimentar e cidadania. Eu sou uma candidata que tenho uma preocupação muito grande de fazer uma gestão participativa e promover a inclusão. Meu compromisso sempre foi esse”, pontuou Urquiza.

Márcio Botelho (PP), que falou em seguida, se apresentou como vice-prefeito, mas declarou que a gestão “se descontrolou no segundo mandato”, motivo pelo qual justifica ter rompido com o atual prefeito e ser candidato. Ele criticou obras feitas na cidade, afirmando que elas não beneficiam a população.

“Secretário não tinha nenhum tipo de autonomia na Prefeitura de Olinda para executar suas obras. O que a gente vê são obras que não têm cunho social, não beneficiam a população. A gente tem o projeto de governar Olinda e dar uma melhor qualidade de vida à população Olindense. A gente tem responsabilidade social”, enfatizou.

Ao iniciar seu discurso, Mirella Almeida se apresentou falando de sua trajetória nas secretarias que ocupou na cidade. Ela prometeu aumentar a cobertura de saúde, promover capacitação profissional e evidenciou o desejo de fazer parcerias com a Igreja, caso seja eleita.

“No nosso plano de governo a gente quer criar um centro de capacitação para mães e mulheres do município. Eu sei da importância social que a igreja tem, e nós queremos fazer parcerias que deem certo na nossa cidade. A gente tem o objetivo de transformar vidas para melhor e eu sei que a Igreja tem o mesmo objetivo”, declarou.

Vinicius Castelo (PT) foi o último a se colocar e afirmou que não era possível falar em propostas sem antes conferir a realidade do município. Ele apresentou como principal proposta para enfrentar os problemas da cidade a realização do orçamento participativo, para ouvir os moradores em seus anseios.

“Não é interessante chegar aqui e dizer eu vou fazer isso ou aquilo, porque sei que serei empregado. É sendo empregado que a gente escuta, convida e faz com que as pessoas participem. No meu plano de governo, o orçamento participativo será o motor para que a gente possa fazer com que as pessoas digam o que querem enquanto cidade”, expôs Castello.

Após os discursos, foram abertas as oportunidades para perguntas, sendo uma delas sobre a posição dos candidatos sobre o aborto. Ao responderem, todos os candidatos se declararam pessoalmente contra o aborto, mas chamaram a atenção para que o assunto fosse tratado de forma lúcida.