UE pede “máxima transparência” nas eleições da Venezuela

© Reuters. Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro n29/07/2024nREUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
© Reuters. Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro n29/07/2024nREUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

BRUXELAS (Reuters) – A União Europeia não pode reconhecer os resultados da eleição presidencial da Venezuela até que todas as atas das seções eleitorais sejam publicadas e verificadas, disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, nesta segunda-feira.

“A UE apela ao Conselho Eleitoral da Venezuela (CNE) para que exerça a máxima transparência no processo de tabulação dos resultados”, disse Borrell em um comunicado.

A autoridade eleitoral nacional da Venezuela informou logo após a meia-noite que o presidente Nicolas Maduro havia conquistado um terceiro mandato com 51% dos votos — um resultado que estenderia um quarto de século de governo socialista. Pesquisas de boca de urna independentes apontavam para uma grande vitória da oposição.

Borrell disse que a UE pediu às autoridades venezuelanas que garantam a investigação completa e oportuna de quaisquer reclamações e queixas pós-eleitorais.

Ele disse que há relatos confiáveis de que a eleição foi marcada por “inúmeras falhas e irregularidades”.

“Obstáculos à participação de candidatos da oposição, deficiências no registro de eleitores e acesso desequilibrado à mídia contribuíram para condições eleitorais desiguais”, disse.

Ele acrescentou que a União Europeia estava preocupada com as detenções arbitrárias e a intimidação de membros da oposição e da sociedade civil durante todo o processo eleitoral.

Ele também pediu calma e instou as forças de segurança a garantir o respeito total aos direitos humanos, incluindo o direito de reunião pacífica.

Em maio, o CNE revogou seu convite para que a UE enviasse observadores eleitorais, citando as sanções em curso contra o governo.