Urgência ao projeto antidelação mostra a total decadência da política brasileira

Tribuna da Internet | Aceitam delação premiada no crime comum, mas rejeitam  em crime político e corrupção…

Charge do Tacho (Jornal NH)

Míriam Leitão
O Globo

A Câmara aprovou a urgência da lei antidelação, isso significa que a proposta não será debatida e pode ser aprovado diretamente no plenário, e esse movimento é muito ruim para o país. A delação, ou colaboração premiada, foi aprovada em 2013, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, e permitiu avanços no combate a todo tipo de criminalidade. Ao longo do tempo, eventuais erros já foram corrigidos.

Hoje, por exemplo, se sabe, e isso está estabelecido como prática e também na lei, que só a delação não é prova, ela precisa ser corroborada por fatos que comprovem o que o colaborador disse. Isso dá uma garantia de que a pessoa não falará mentira para se proteger. A deleção só é levada adiante com a comprovação por investigação.

O que pretende o Congresso quando decide tirar um instrumento que é importante no combate à corrupção? Quer que não sejam combatidos diversos crimes no Brasi. O projeto surgiu no PT e agora tem apoio de todos os partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro para uma aprovação rápida. Uma aliança estranha com um objetivo prejudicial às investigações.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Ninguém deve estranhar esse projeto, porque foi apresentado em 2015, no auge da Lava Jato, pelo deputado petista Wadih Damous, ex-presidente da OAB-RJ, vejam a que ponto chegamos. O objetivo é claro: impedir que criminosos corruptos sejam presos, mantendo o atual clima de impunidade que reina no país. O projeto tem a grife do PT e de praticamente todos os demais partidos, é quase consensual. (C.N.)

Fonte: TDI