Negociando com Lira

Aqui para nós e o povo da rua, mas essa conversinha de pé de orelha do PT de ampliar a negociação para a aprovação da PEC da Transição, com validade quatro anos, “vendeu” o futuro governo Lula, quando se começou a falar de retirar os custos da Bolsa Família do Teto dos Gastos.

Ora, se o futuro governo quer mesmo acabar com orçamento secreto – como o então candidato Lula prometeu na campanha – não dá para chegar com esse tipo de proposta de “excluir” o OGU, cerca de R$ 120 bilhões para bancar o programa em todo o período do novo governo. Desde o começo, o diagnóstico dos gastos sociais herdados do Governo Bolsonaro foi tratado como emergência. As informações são do colunista do Jornal do Commercio, Fernando Castilho.

Então, essa proposta do senador Wellington Dias (PT-PI) para o relator geral do orçamento Marcelo Castro é tudo que Arthur Lira poderia sonhar para negociar sua reeleição.

Como o candidato diz que vai acabar o orçamento secreto e propõe não contabilizar o Bolsa Família? Na prática, Arthur Lira vai trocar a manutenção de R$ 20 bilhões do seu Orçamento Secreto por R$ 120 bilhões do Bolsa Família de Lula que vai “arranjar” R$ 100 bilhões a mais nos orçamentos futuros. É bom para ele, mas ficou devendo esse favor a Arthur Lira. Ou alguém acha que Marcelo Castro não relata a Arthur Lira tudo que conversa com a equipe de transição?

A sabedoria popular ensina que quem se julga muito esperto tem um dia de bobo na frente de todo mundo. Lula não pode querer ser esperto e usar uma situação de emergência (com a qual todos concordam) para dar uma volta no teto de gastos. O Congresso pode até aprovar, mas vai cobrar caro. Lá o mais ingênuo se elegeu deputado federal.