Jefferson leva tudo na brincadeira e seu depoimento à PF já virou “Piada do Ano”

Saiba quem é Roberto Jefferson, preso após atirar em policiais federais |  NSC Total

Jefferson fazendo palhaçadas, depois de se entregar domingo

Carlos Newton

É comovente o esforço da imprensa para transformar o fantasioso e histriônico Roberto Jefferson no inimigo público nº 1, de altíssima periculosidade, a ser trucidado ou mantido em solitária até o fim de seus dias, como os gângsters Al Capone, John Dillinger ou Baby Face Nelson, nos Estados Unidos. Porém, esses exageros – é claro –  já estão caindo no ridículo.

Até agora, por exemplo, a mídia continua insistindo em que o ex-deputado atirou três granadas nos policiais, como se fosse possível isso ter acontecido, sem deixar uma cenário de destruição dentro e fora de casa.

GÁS LACRIMOGÊNEO – No próprio domingo, já se ficara sabendo que não eram granadas, mas bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral.  Jefferson atirou duas para fora da casa, e os estilhaços das latas feriram levemente a agente Karina Oliveira e o delegado Marcelo Villela, que foram levados ao hospital e tiveram alta imediatamente.

A terceira bomba de gás ele contou ter atirado dentro de casa, para impedir o acesso de um policial que tentava invadi-la. Tanto isso é verdade que horas depois o agente Vinicius Segundo, que negociou a rendição do ex-deputado, reclamou que a casa ainda estava com cheiro do gás lacrimogêneo, conforme está gravado no diálogo entre eles.

Mas não é só isso. A mídia também insiste em que Jefferson teria disparado cerca de 50 tiros, conforme ele declarou no depoimento, para fazer hora com os interrogadores. Seu fuzil é carregado com 20 balas. Para fazer 50 disparos, teria de recarregá-lo duas vezes. Os tiros seriam ouvidos na vizinhança e haveria ricochetes, buracos de bala e cartuchos para todo lado… Será possível que os jornalistas perderam a capacidade de tirocínio? (desculpem o trocadilho).

UM GRANDE ATOR – Já explicamos aqui na Tribuna que Jefferson é um ator, que fazia o papel de advogado e aprendeu a interpretar no programa “O Povo na TV”, dirigido por nosso amigo Wilton Franco, um diretor-comunicador genial, que às seis horas fazia uma oração à Virgem Maria em pleno palco.

Em sua casa, no andar de cima, Jefferson tinha o controle da situação. Lançou as três bombas de gás lacrimogêneo, mas não tinha intenção de atingir ninguém, o delegado e a agente foram feridos levemente por estilhaços. No domingo, ele contou ao negociador que foi o agente “magrinho” que fez o primeiro disparo. E disse que só disparou um tiro na viatura, porque sabia que não havia ninguém lá. Depois, no depoimento de segunda-feira, mudou a versão e disse ter dado “uns 50 tiros”, uma mentira colossal, mas os jornalistas acreditaram.

Podem agravar à vontade, dizer que o ex-deputado será acusado de “quádrupla tentativa de homicídio” e tudo o mais, como a mídia está fazendo. Mas a verdade é que Jefferson é um gaiato que não tem o que fazer, recebe uma gorda aposentadoria da Câmara e se dedica a curtir com a cara dos outros.