Herdeira milionária recua e diz que não negará fortuna

Marlene Engelhorn afirma que aceitará o valor, mas que buscará redirecionar 90% dele

Marlene Engelhorn dirige uma ONG focada em taxar super-ricos Foto: Reprodução / Youtube / Moment Magazin

Herdeira dos fundadores da multinacional química Basf, a austríaca Marlene Engelhorn, de 30 anos, repercutiu na imprensa internacional no último mês ao dizer que pretendia rejeitar 90% de sua fortuna. Contudo, a estudante de literatura voltou atrás, afirmando que irá aceitar todo o valor. Ela justifica que planeja redirecionar 90% da quantia em vez de negá-la.

Além disso, Engelhorn relatou que a quantia de sua fortuna é menor do que o divulgado. Segundo ela, a herança não seria de 4,2 bilhões de euros (cerca de R$ 21,9 bilhões), mas está na casa dos milhões de euros.

– Herdarei uma soma de dois dígitos em milhões de euros, e não rejeito esse dinheiro. Quero poder distribuir pelo menos 90%, idealmente através de impostos. Senão, buscarei minhas próprias maneiras de fazê-lo – assinalou Marlene ao jornal espanhol Ara.

A estudante atualmente dirige uma Organização Não Governamental (ONG) que tem como foco a campanha Tax Me Now, que busca taxar mais milionários pelo mundo.

Em entrevista ao jornal Der Standard, Marlene havia dito que não iria aceitar todo o valor, pois não havia feito nada para receber tal dinheiro.

– Quando o anúncio foi feito, eu percebi que não poderia ser realmente feliz. Pensei comigo mesma: Algo está errado (…). Essa não é uma questão de querer, mas uma questão de justiça. Eu não fiz nada para receber esta herança. Foi pura sorte na loteria do nascimento. Uma coincidência – pontuou.

À época, ela também criticou os atos de caridade por parte dos super-ricos. Para ela, trata-se de “neofeudalismo disfarçado de caridade”, pois mesmo que eles façam doações, ainda podem decidir o destino das quantias.

– A sociedade não tem que contar com o fato de que os milionários vão ser benevolentes. Troco ideias com outras pessoas, aprendendo o máximo que eu posso para ver o que funciona e o que não funciona. Para mim, o comprometimento com a justiça de impostos é muito importante, porque isso é o que determina como a riqueza vai ser distribuída – assinalou.