O advogado, jornalista, professor, memorialista, cronista, ensaísta e poeta pernambucano Mauro Ramos da Mota e Albuquerque (1911-1984) fez um poema saudoso sobre os domingos festivos na praça, nas cidades do interior.
DOMINGO NA PRAÇA
Mauro Mota
Na praça, este domingo
não é de hoje: é antigo.
O banco, o lago, a relva
para onde é que me levam?
Ai, dezembro de acácias,
esta praça não passa.
E essa gente depressa
(a moça e a bicicleta)
passa para deixar-se
um pouco nesta tarde.
Ai, dezembro de acácias,
este cheiro, esta música…
Sou, domingo na praça,
um momento o que fui.