O tradutor, jornalista e poeta gaúcho Mário de Miranda Quintana (1906-1994), no poema “Bilhete com Endereço”, fala do querer, do amor e do desejo que ele quer daquela pessoa, ou seja, o calor animal dela.
BILHETE COM ENDEREÇO
Mário Quintana
Mas onde já se ouviu falar
Num amor à distância,
Num tele-amor?!
Num amor de longe…
Eu sonho é um amor pertinho
Um amor juntinho…
E, depois,
Esse calor humano é uma coisa
Que todos – até os executivos – têm.
É algo que acaba se perdendo no ar,
No vento
No frio que agora faz…
Escuta!
O que eu quero,
O que eu amo,
O que desejo em ti
É o teu calor animal!