Por CLAUDEMIR GOMES
No futebol, algumas coisas não estão inseridas nas regras do jogo, tampouco fazem parte dos regulamentos das competições. Mas estão intrínsecas em algumas disputas como condição sine qua non para alcançar as metas definidas. No Brasileiro da Série B, vencer os jogos na condição de mandante, ou seja, fazer bem o dever de casa, é o primeiro passo para o sucesso.
Tal “regra” explica o fato de, em 28 partidas disputadas até o momento, terem sido registradas apenas duas vitórias de times visitantes. A marca de 14 empates e 12 vitórias de mandantes serve para ressaltar o equilíbrio que deverá ser a tônica da disputa até sua última rodada.
O emparelhamento dos clubes leva os analistas a ressaltarem, com bastante frequência, que “empatar um jogo na casa do adversário é um resultado positivo”. Se partirmos do princípio de que somar pontos em todos os confrontos é o objetivo de todos os clubes, tal “verdade” se torna absoluta. Entretanto, em algumas circunstâncias, o empate, mesmo na condição de visitante, é uma demonstração de fraqueza, de limitação.
O fato de o futebol pernambucano estar sendo representado por dois clubes – Náutico e Sport – nesta edição da Série B, tem me levado a assistir vários jogos, de diferentes equipes. Para formar nossa opinião precisamos ter conhecimento do potencial dos nossos representantes, e dos seus adversários. Naturalmente que, neste início de disputa, onde apenas três rodadas foram disputadas, todo e qualquer prognóstico não passa de mera especulação.
Sabemos que, o atual cenário não será o mesmo na décima rodada, e apresentará mudanças radicais a partir da vigésima, quando as tendências começam a serem definidas. Como diria o “espetacular” narrador, Bartolomeu Fernando, da pioneira Rádio Clube, “a partir daí vamos ver quem tem garrafa pra vender, quem tem lenha pra queimar”.
Apesar de ostentar uma invencibilidade, junto com os outros três clube – Bahia, Ituano e Chapecoense – que atualmente formam o G4, o Sport precisa de alguns ajustes. É notória a carência de meia armador, assim como, o acerto na definição do posicionamento de algumas peças que não estão rendendo o que podem, em virtude de equívocos cometidos pelo treinador na definição do plano de jogo.
No Náutico, os jogadores ainda não tiveram tempo suficiente para assimilar a filosofia que está sendo imposta pelo técnico Roberto Fernandes, que conhece bem os mandamentos da competição. A vitória (2×0) sobre o Operário foi o sinal de que uma evolução está em curso, fato que aumenta a expectativa do torcedor alvirrubro em relação ao jogo com o CRB, programado para a quarta-feira.
Vencer fora de casa é o plus que assegura aos clubes que têm metas ousadas, os pontos necessários para brigar pelo acesso à Série A. Caso os comandados de Roberto Fernandes consigam contabilizar os três pontos em disputa, na próxima partida, em Maceió, o Náutico dará um salto considerável na tabela de classificação.
Somar um ponto na casa do adversário é positivo, contudo, o fato de os alvirrubros terem amargado duas derrotas nos dois primeiros jogos, nos leva a dizer que, vencer o CRB é preciso. A coisa é circunstancial. Por enquanto, nada é determinante.