Arquidiocese de Curitiba se opõe à cassação de vereador petista

Renato Freitas liderou uma invasão ao templo católico em fevereiro

Vereador Renato Freitas
Vereador Renato Freitas Foto: Reprodução/Instagram/renatofreitasvereador

Nesta segunda-feira (28), a Arquidiocese de Curitiba apresentou à Câmara Municipal de Curitiba (CMC) um documento no qual pede para que o vereador Renato Freitas (PT) não seja cassado. O parlamentar passa por um processo no Conselho de Ética depois de fazer um protesto na Igreja do Rosário, no Largo da Ordem, em 5 de fevereiro.

– A Arquidiocese se manifesta em favor de medida disciplinadora proporcional ao incidente. Ademais, sugere que se evitem motivações politizadas e, inclusive, não se adote a punição máxima contida no Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Curitiba – diz trecho do texto apresentado ao legislativo.

Em outro trecho do documento, a arquidiocese relata que, após o episódio da invasão, o vereador procurou as autoridades religiosas e se desculpou pelo excesso. Sendo assim, para arquidiocese, a cassação do mandato é uma medida drástica não compatível com o caso.

A Arquidiocese também se mostra favorável à luta contra o racismo, fator que motivou a invasão do vereador e seu grupo.

– A movimentação contra o racismo é legítima, fundamenta-se no Evangelho e sempre encontrará o respaldo da Igreja. Percebe-se na militância do Vereador o anseio por justiça em favor daqueles que historicamente sofrem discriminação em nosso país. A causa é nobre e merece respeito – declara o texto.

O protesto do petista e de outras pessoas foi feito após a morte do congôles Moise Mugenyi Kabagambe, na cidade do Rio de Janeiro.

Renato Freitas já refutou as acusações de perturbação da prática de culto religioso, entrada não autorizada dos manifestantes e realização de ato político no interior da igreja. O parlamentar também pede que o caso seja arquivado.

O Conselho de Ética começou, nesta segunda-feira, a ouvir testemunhas de defesa do vereador. Freitas tinha apresentado 41 testemunhas de defesa. Mas o Conselho de Ética, obedecendo ao limite que consta no Código de Ética e Decoro Parlamentar da CMC, pediu que o parlamentar reduzisse o número para no máximo dez.