Em seu discurso, atriz agradeceu à classe artística
Em seu discurso, Fernanda Montenegro agradeceu à classe artística e destacou a posse de uma atriz para a ABL.
– William Shakespeare deixou eternizado esse conceito estrutural da afirmação de uma arte. O mundo é um palco e todos nós, seres humanos, somos atores nesse palco. Agradeço muito ao meu coração e minha razão por estar sendo aceita nesta casa, protagonista, referenciada, da nossa mais alta cultura, que é a Academia Brasileira de Letras – disse.
– Emocionada, tomo posse da cadeira número 17. Sou atriz, venho desta mística arte arcaica que é o teatro. Sou a primeira representante da cena brasileira a ser recebida nesta casa. Esse meu ofício expressa uma estranheza compreensão. A raiz dessa arte está na complexidade de só existir através do corpo e da alma de ator ou de uma atriz ao trazer a literatura dramática para a verticalidade cênica – acrescentou
Logo após ser eleita, Fernanda manifestou em sua rede social, que a Academia Brasileira de Letras é um referencial cultural de 125 anos.
– Abrigou e abriga representantes que honram a diversidade da nossa criatividade em várias áreas. Vejo a academia como um espaço de resistência cultural. Agradeço a oportunidade.
A atriz recebeu a notícia da eleição por meio da também imortal da ABL, Nélida Piñon.
Fernanda Montenegro é o nome artístico de Arlette Pinheiro Monteiro Torres, nascida no dia 16 de outubro de 1929, no Rio de Janeiro. Foi a primeira latino-americana e a única brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz, em 1999, pelo filme Central do Brasil, do diretor Walter Salles. Foi também a primeira brasileira a ganhar o Emmy Internacional na categoria de melhor atriz pela atuação na série Doce de Mãe, da TV Globo, de 2013.
Na área da literatura, a atriz publicou, em 2018, o livro Fernanda Montenegro: Itinerário Fotobiográfico e, no ano seguinte, lançou o livro Prólogo, Ato, Epílogo, pela Companhia das Letras, escrito em parceria com Marta Góes.