Deu na Folha
A Turquia disse neste domingo que Rússia e Ucrânia conseguiram avançar nas negociações para conter a invasão e que as duas partes estão “perto de um acordo”. “Claro que não é fácil chegar a um acordo quando há uma guerra em curso, quando civis estão sendo mortos, mas nós gostaríamos de dizer que há avanços”, disse o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, durante pronunciamento na cidade turca de Antália. “Vemos que as partes estão perto de um acordo.”
Cavusoglu visitou Rússia e Ucrânia na última semana, uma vez que a Turquia mantém laços próximos com os dois países e vem se posicionando como mediadora. Ancara recebeu os ministros das Relações Exteriores de Rússia e Ucrânia em Antália na semana passada.
A Turquia disse que estava pronta para sediar uma reunião entre Zelenski e o presidente russo, Vladimir Putin. “Trabalhamos noite e dia pela paz”, afirmou Cavusoglu no domingo.
SEM DETALHES – Cavusoglu destacou que a Turquia estava em contato com os grupos que negociavam pelos países, mas não quis dar detalhes das conversas porque “desempenhamos um papel honesto de mediador e facilitador”, disse.
Em entrevista ao jornal Hurriyet, o porta-voz do governo turco Ibrahim Kalin indicou que os países estavam negociando seis pontos: a neutralidade da Ucrânia, o desarmamento e as garantias de segurança, a chamada “desnazificação”, o fim de obstáculos para o uso do idioma russo na Ucrânia, a situação da região separatista do Donbass e a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, tem pedido repetidamente por conversas “significativas” para chegar a um acordo de paz que ponha fim à invasão. “Chegou a hora de se reunir, de conversar, de restaurar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia”, disse, em vídeo publicado em suas redes sociais no sábado.
ZELENSKI CONFIRMA – O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, voltou a afirmar em entrevista à rede CNN, neste domingo (20), que está “pronto para negociações” com o líder da Rússia, Vladimir Putin, mas alertou que, se o diálogo fracassar, “isso significaria a Terceira Guerra Mundial”.
“Estou pronto para negociar com ele [Putin]. Eu estive pronto nos dois últimos anos. Acho que, sem negociações, não podemos encerrar essa guerra”, afirmou Zelenski.
O líder ucraniano declarou estar disposto a “qualquer formato” de conversa com Putin, mas reafirmou seus pontos para negociar: “O fim da guerra, garantias de segurança, soberania, restauração da integridade territorial, real garantias para nosso país”.