Márcio Falcão e Fernanda Vivas
TV Globo — Brasília
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta sexta-feira (18) um pedido do Congresso Nacional de concessão de mais tempo para a implementação de mudanças relativas à transparência das emendas de relator, conhecidas como “orçamento secreto”.
O “orçamento secreto” é como ficaram conhecidas as emendas parlamentares pagas na modalidade emendas de relator. A transparência dessas operações é questionada no STF e no Tribunal de Contas da União (TCU).
PRAZO FATAL – Em dezembro, a relatora Rosa Weber deu 90 dias para o que o sistema de monitoramento (com individualização, detalhamento e motivação) fosse instituído.
O Congresso, contudo, acionou o Supremo pedindo mais três meses de prazo, alegando não ter sido possível executar as medidas no tempo anteriormente determinado em razão da complexidade do que foi determinado. Mas o prazo acabou nesta quinta-feira (17) e Rosa Weber rejeitou o pedido de prorrogação.
Ao contrário das emendas individuais, que seguem critérios bem específicos e são divididas de forma equilibrada entre todos os parlamentares, as emendas de relator não seguiam critérios usuais e beneficiam somente alguns parlamentares.
A DECISÃO DA MINISTRA – No despacho desta sexta-feira, Rosa Weber afirmou que não há motivo para prorrogar a adoção das medidas de transparência porque o Congresso foi informado há nove meses da necessidade de implementar o sistema.
“Há nove meses, houve muitas oportunidades para que os órgãos do Poder Legislativo da União prestassem os esclarecimentos solicitados”, escreveu a ministra.
Rosa Weber afirmou ainda que não há “razões legítimas” nem “motivos razoáveis” para prorrogar o prazo uma vez. “Ainda mais considerada a ausência de fato novo capaz de justificar a adoção de tal medida extraordinária”, completou.