Jânio de Freitas
Folha
Joe Biden foi uma esperança fugaz —para quem teve alguma. Um de seus movimentos proporciona julgamento inapagável sobre sua capacidade presidencial: sem motivação convincente, acirrou as hostilidades com a Rússia e em seguida com a China —e levou-as a uma comunhão estratégica sem precedente, já firmada entre Xi Jinping e Putin. É uma derrota brutal para os Estados Unidos.
O esforço desatinado de Biden para atemorizar Putin, com represálias se invadida a Ucrânia, lembra uma possibilidade de efeitos fortes. Dominada a Ucrânia, não lhe seria difícil reavivar o esquisito caso dos negócios de um filho de Biden por lá, onde integrou a cúpula de grande empresa de energia, entre outras posições. Trump não concluiu a exploração política do confuso caso, também não liquidado pelo Biden nem pela Ucrânia.
TEMOR DE INVASÃO – A escalada de tensões gera temor de invasão russa na Ucrânia. Se não forem manobras, como afirmado pelos russos, a invasão lançará bombas poderosas na Ucrânia, na Rússia e nos Estados Unidos.?
Quanto à visita de Jair Bolsonaro a Vladimir Putin, justificada suspeita reforçou a preocupação, retornada em crescendo duas semanas antes, com o golpismo antieleitoral. Nas formalidades, quem viajou à Rússia e à Hungria levava o título de presidente; na verdade, quem procurou Putin e Orbán foi o candidato pretendente à reeleição.
Convidado há tempos, Bolsonaro só agora foi a Moscou por seu interesse em contar com a interferência cibernética dos russos na disputa eleitoral. A visita ao fascista Viktor Urbán, na Hungria, foi por tê-lo como seu orientador de golpismo, com intermediação mensageira de Carlos Bolsonaro.