Gilmar Mendes pede demissão de Sérgio Camargo após as declarações sobre congolês Moïse

Presidente da Fundação Palmares ataca Moïse para negar racismo: 'Vagabundo  morto por vagabundos mais fortes' - Jornal O Globo

Desta vez, Sérgio Camargo ultrapassou todos os limites

Alberto Bombig, Camila Turtelli e Matheus Lara
Estadão

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou mensagem para autoridades e parlamentares governistas, dizendo que não dá mais para o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, continuar na função.

A gota d’água foi uma publicação do presidente do órgão nas redes sociais, no qual ele trata como “vagabundo” o congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte no quiosque onde trabalhava no Rio de Janeiro, caso de grande repercussão e que gerou protestos nas ruas. “Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes”, publicou Camargo.

VAGABUNDOS – Na mensagem enviada, Gilmar pediu um basta. “Ele ultrapassou todos os limites. É intolerável”, escreveu o magistrado.

Um dos remanescentes da ala ideológica do governo, ao lado de Mário Frias, secretário especial da Cultura, o bolsonarista Sérgio Camargo é crítico do Dia da Consciência Negra e coleciona polêmicas desde que chegou ao governo federal. Jair Bolsonaro, por sua vez, segue bancando a permanência dele na Fundação Palmares.

Além do pedido do ministro do Supremo, Camargo já foi alvo de nova petição judicial para que deixe o cargo após publicar as declarações sobre Moïse Kabagambe.

PODEMOS CONVERSAR? – Em outra frente, Gilmar Mendes recebeu nesta quarta-feira, 16, no Supremo Tribunal Federal, a presidente nacional do Podemos, a deputada federal Renata Abreu (SP).

Na Corte, o ministro é notoriamente o maior crítico do ex-juiz Sérgio Moro, pré-candidato à Presidência da República pela sigla de Abreu.

No entanto, estamos em ano eleitoral, quando dialogar é sempre preciso.