Do G1
Pacientes que procuram leitos no Hospital da Restauração (HR), no Derby, na área central do Recife, enfrentam superlotação. Vídeos gravados pelo Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe) mostram doentes embaixo de uma pia, em um corredor nas proximidades do refeitório de funcionários, na maior emergência de Pernambuco.
As imagens foram gravadas na noite de quinta (6) e divulgadas pela entidade, nesta sexta (7). Em um dos vídeos, aparecem duas pessoas sob a pia, à espera de atendimento médico.Nas imagens, também é possível observar doentes espalhados pelo corredor, deitados com papelão forrados no chão, sem os cuidados adequados e vulneráveis a contaminações. Por causa do calor, acompanhantes são obrigados a abanar as pessoas que estão à espera do médico.
De acordo com ele, esse corredor, onde fica a pia, é perto do refeitório. Assim, é possível que haja contaminação cruzada. Herbert diz que é preciso cobrar atitudes urgentes às autoridades. “Hoje, quem chegar ao HR com pressão alta pode sair com Covid-19 ou com gripe”, afirmou. O problema também deixa vulneráveis os profissionais de saúde, segundo o presidente do sindicato. “Por causa da Covid e da Influenza, estamos no limiar da loucura. Há estresse físico e mental”, afirmou.
O sindicato aponta que ao menos 35% dos 15 mil trabalhadores filiados à entidade e que trabalham na rede estadual estão afastados do trabalho por causa da Covid e da gripe. “Um trabalhador com 20 anos de carreira está ganhando R$ 1.400. Os iniciantes têm que ter gratificações para chegar ao salário mínimo”, comentou.
O Hospital da Restauração foi fundado na década de 1960. É referência para atender casos de queimaduras graves, intoxicação exógena e por animais peçonhentos, vítimas de violência e do trânsito. Por mês, a unidade realiza uma média de 180 atendimentos por dia na emergência e cerca de 130 atendimentos por mês de pessoas com queimaduras.
A reportagem entrou em contato com a secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) para falar sobre a falta de leitos e superlotação no HR, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.