Após o início da consulta pública sobre os critérios para vacinação de crianças contra a Covid-19, o partido Rede Sustentabilidade pediu, hoje, que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine ao Ministério da Saúde a disponibilização “imediata” de vacinas contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos.
A legenda ainda pede que a disponibilização ocorra “independentemente de prescrição médica ou de qualquer outro obstáculo imposto”.
O pedido foi feito em ação, apresentada pela Rede em outubro de 2020, relatada pelo ministro Ricardo Lewandowski. Nela, o partido pedia, inicialmente, que o governo federal realizasse todos os procedimentos para a aquisição de vacinas.
Mais tarde, a mesma ação serviu para assegurar uma ordem de vacinação em grupos prioritários. Agora, no novo pedido, a Rede argumenta que é “bastante claro” que o governo Jair Bolsonaro quer “boicotar a vacinação infantil no Brasil”.
O partido ressalta na petição que o imunizante da Pfizer destinado a esse grupo já tem autorização do órgão regulador brasileiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e é aplicado ao redor do mundo.
“É de se perceber que o Brasil caminhará na contramão do consenso científico mundial se não ministrar de modo efetivo os imunizantes aprovados pela Anvisa – até o momento, a dose especial da vacina da Pfizer – para o público infantil. E essa parece ser, infelizmente, a escolha do Presidente da República e de seus auxiliares mais diretos, inclusive o ministro da Saúde, que deveria ser a primeira autoridade preocupada em zelar pela saúde de toda a população nacional”, explica.
Entre os empecilhos adotados pelo Executivo, segundo o partido, estão a recomendação da prescrição médica para a aplicação do imunizante e a consulta pública, aberta nesta sexta, para ouvir a sociedade a respeito da imunização de crianças.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, ontem, que o Ministério da Saúde recomendará que as crianças sejam vacinadas desde que haja prescrição médica e assinatura de termo de consentimento pelos pais. A recomendação é o principal alvo da consulta pública.
Na avaliação da Rede, o uso da ferramenta parece “realmente perder qualquer respaldo da boa ciência, convertendo-se muito mais em um indevido empecilho ao rápido avanço da vacinação integral da população brasileira, ainda mais urgente ante o surgimento frequente de novas cepas do vírus altamente letal”.