Alberto Bombig e Matheus Lara
Coluna do Estadão
José Dirceu já foi tudo na vida: líder estudantil, preso político, exilado, deputado, ministro, articulador político, preso comum… A maioria dessas facetas ficou para trás, mas uma voltou à tona. Como em 2001, Dirceu articula, falando pelo PT, os palanques de mais uma campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva.
Condenado no mensalão e alvo da Lava Jato, o ex-ministro está conversando com várias lideranças do Nordeste, entre elas o senador Weverton Rocha (PDT), candidato ao governo do Maranhão, e o prefeito do Recife, João Campos (PSB).
LULA CONFIANTE – Lula pediu aos parlamentares do PT que evitem o “salto alto” e o “já ganhou”. Puro exercício de retórica. Em privado, Lula tem se mostrado cada vez mais confiante de que pode vencer a eleição sem fazer grandes concessões a aliados ou inflexões ao centro.
A propósito, os petistas vivem fazendo piadas da “terceira via”. Mas a maior fábula política da pré-campanha até agora parece ser mesmo a tal “frente ampla da esquerda”: a ordem no PT é usar essa conversa para desgastar os adversários de Lula.
A direção do PT não vai desmobilizar publicamente a campanha pelo impeachment de Bolsonaro: com a ajuda da CPI da Covid e de aliados no PSOL e em outros partidos, inclusive do Centrão, a ordem é “sangrar” Bolsonaro, mas sem desligar aparelhos.