A paralisação deverá começar a partir da 0h do dia 22 de dezembro.
A aprovação ocorreu em primeiro turno na manhã desta quarta. Está prevista uma assembleia na tarde desta quarta-feira que deverá confirmar a posição pela greve. A paralisação deverá começar a partir da 0h do dia 22 de dezembro.
O motivo da greve é, segundo os rodoviários, “o descumprimento do acordo firmado junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6)”. A categoria pede o fim da dupla função para motoristas, que têm de dirigir e passar troco, nos ônibus da Região Metropolitana do Recife.
A revolta da categoria com a situação dos motoristas e cobradores é resumida na declaração do presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima.
“Dessa vez nós faremos a greve sim. Ninguém vai nos enrolar novamente, Agora, o governo de Pernambuco e os empresários de ônibus terão que enfrentar a força e a ira dos rodoviários. Não tem volta. O Estado perdeu a chance de evitar uma greve, como aconteceu no mês de novembro, quando fizeram a categoria e até o TRT (Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região) de palhaços. Cometeram um estelionato eleitoral. Fomos enganados e agora iremos mostrar nossa força”, avisou Aldo Lima.
A assembleia acontece na sede do Sindicato dos Rodoviários, em Santo Amaro, área central do Recife. Teve convocações às 9h e às 10h, quando a greve foi aprovada, e terá nova votação à tarde, com convocações às 15h e às 16h (à tarde). O resultado da manhã será validado à tarde.
Os rodoviários alegam, ainda, que o descumprimento do acordo foi total, indo além da lei da dupla função e da Portaria 167/2020 do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM), que também obriga a presença dos cobradores em todos os ônibus da RMR.
O setor empresarial, no entanto, já avisou que vai agir para impedir o movimento – como sempre acontece nas greves de ônibus. Fortalecidos pela decisão do TJPE e pelo parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE), que classificou de inconstitucional a lei municipal da dupla função, os empresários prometem recorrer à Justiça.
“Nós entraremos de novo na Justiça para impedir mais esse ato irresponsável. Não podemos permitir que a população seja prejudicada no meio de uma crise sanitária e econômica, ainda mais às vésperas do Natal. Que, mais uma vez, a questão seja usada de forma política. Aproveito, inclusive, para fazer um apelo aos rodoviários para que não aprovem uma greve do transporte na RMR. Que tenham bom senso, que aceitem os pareceres jurídicos sobre a lei”, afirmou o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco.