Parlamentares governistas que participaram hoje do programa UOL Debate criticaram a entrevista dada, ontem, pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao Fantástico, da TV Globo. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também foi alvo de críticas por ameaçar prender quem furar o isolamento social determinado por decretos para frear a pandemia do coronavírus.
Participaram do debate os deputados federais Carla Zambelli e Coronel Tadeu (ambos do PSL-SP), Osmar Terra (MDB-RS), Major Vitor Hugo (PSL-GO), além do senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Os cinco parlamentares governistas participaram das discussões mediadas por Tales Faria, colunista do UOL.
Bolsonaro x Mandetta
Líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo disse que “ninguém é insubstituível”, após ser questionado sobre a entrevista de Mandetta ao Fantástico. “Acho que o ministro erra quando incita qualquer divergência com o presidente da República, que é o chefe dele”, completou.
O líder avaliou que Mandetta agiu contra a ética. “Mas fazer isso de maneira isolada e dando a entender que está criticando a atitude do presidente, na minha visão, não é uma atitude correta e ética”.
Na entrevista, Mandetta afirmou que espera “uma fala unificada e o fim da dubiedade” – o que foi interpretado como indireta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Vítor Hugo chegou ao debate apenas na parte final. Após a fala dele, a deputada federal Carla Zambelli opinou dizendo que uma eventual demissão de Mandetta não geraria desgaste tão grande ao governo.
“Acho que seria desgastante para o governo ele fazer uma demissão na semana passada. Se ela acontecesse hoje, depois do que ele fez ontem [a entrevista], acho que a população [aceitaria]”, disse Carla Zambelli. Major Vítor Hugo concordou com a colega.
Antes da chegada de Vítor Hugo ao debate, a deputada, Osmar Terra, Gomes e Coronel Tadeu haviam colocado panos quentes nos desentendimentos entre Mandetta e Bolsonaro e com o próprio Osmar Terra. “Em Brasília, as pessoas conversam”, disse Zambelli. “A gente tem que fazer menos especulação em momentos de crise”.
Líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes também havia minimizado os atritos entre o ministro da Saúde e o presidente na entrevista de domingo à noite. “Na mesma entrevista, o ministro da Saúde diz que é o presidente da República quem nomeia”, destacou o senador.