Ministério da Saúde quer evitar que pessoas com mais de 60 anos se desloquem quando o novo coronavírus deve estar mais presente no Brasil
O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira que a vacinação contra gripe começará no dia 23 de março, pelos idosos e profissionais de saúde.
A decisão de inverter a ordem do público-alvo da Campanha Nacional de Vacinação, no ano passado o primeiro grupo foi das crianças e gestantes, está relacionada à chegada da Covid-19 ao Brasil. O objetivo é evitar que as pessoas acima de 60 anos, público mais vulnerável ao coronavírus, precise se deslocar no período esperado de maior circulação do novo vírus no país.
Além disso, mesmo a vacina de Influenza não protegendo contra o coronavírus, é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as gripes na triagem, acelerando o diagnóstico para a Covid-19.
A campanha este ano foi adiantada — em 2019, a vacinação começou em 10 de abril — e contará com mais doses da vacina produzidas pelo Instituto Butantan, em SP: serão 75 milhões de doses para prevenir contra os três tipos de vírus de influenza que mais circularam no ano anterior, contra 63 milhões de doses no ano anterior.
— Precisamos proteger os mais vulneráveis e os que estão na linha de frente no atendimento. É importante garantir que essas pessoas tenham acesso à informação para evitar filas nos postos de saúde. Nosso desafio é realizar a campanha com segurança e evitar aglomerações. O Programa Nacional de Imunizações do Brasil (PNI) está preparado — afirmou o secretário em Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.
A segunda fase da campanha começa dia 16 de abril, com professores, profissionais das forças de segurança e salvamento, além dos doentes crônicos.
A partir de 9 de maio, Dia D de vacinação, serão vacinadas as crianças de seis meses a menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias), pessoas com mais de 55 anos, gestantes, mães no pós-parto (até 45 dias após o parto), população indígena e portadores de condições especiais. A campanha seguirá até o dia 23 de maio.
— As influenzas A e B são mais comuns que o coronavírus. A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe diminui a situação endêmica dos vírus respiratórios no país, por isso é tão importante que as pessoas que fazem parte do público-alvo da campanha procurem uma unidade de saúde — afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Influenza A
Em 2020, até 29 de fevereiro, foram registrados 90 casos de influenza A (H1N1), com seis mortes no Brasil. O estado de São Paulo concentra o maior número de casos de H1N1, com 28 notificações. Em seguida estão o estado da Bahia, com 14 casos, e o estado do Paraná, com 12 casos e cinco mortes. A sexta morte foi registrada no estado do Maranhão, que registrou um caso. As informações são preliminares e sujeitas a alterações. No mesmo período, em 2019, foram registrados 146 casos de influenza A (H1N1) e 24 mortes no país.
Fonte: OGlobo