Lucas Alvares
A polêmica em torno da herança do apresentador Gugu Liberato, morto em novembro após um acidente doméstico na sua mansão em Orlando, além de um exemplar de espetáculo pós-moderno, verdadeira novela da vida real alimentada pelas redes sociais e regurgitada diariamente, é um dos maiores paradoxos que eu já vi.
Trata-se de um caso em que o rabo balançou o cachorro. Isto é, tudo o que Gugu providenciou em vida está ruindo publicamente.
BARRIGA DE ALUGUEL – Rose Miriam, a mãe que criou os filhos do apresentador e com ele conviveu familiarmente por vinte anos é apontada como “barriga de aluguel”, embora tenha sempre criado os filhos e circulado com Gugu mundo afora sendo rotulada pela imprensa, primeiro como “namorada” e depois “esposa”, e sem qualquer desmentido do apresentador.
Em 1994, os dois posaram entre beijos ardentes para a revista Caras, e em 2001, quando João Augusto (o filho mais velho) nasceu, a assessoria de imprensa de Augusto Liberato negou que o bebê fosse fruto de inseminação artificial. Roger Abdelmassih, então célebre apenas como especialista em reprodução humana, confirmou em entrevista que Rose fizera somente um tratamento fertilizante, com a gravidez acontecendo por vias naturais.
HOMOSSEXUAL? – A família de Gugu, por sua vez, quer comprovar judicialmente que o morto era o que, em vida, quis esconder com todas as forças e a qualquer custo. Discreto, Gugu jamais abriu frestas no armário de sua orientação sexual, alvo de especulações e sátiras ao longo de décadas.
Casamento de fachada? Se era da vontade do morto, que seja respeitada, pois tratar-se-ia de uma fachada muito bem encenada e com a total anuência do galã de fotonovelas, como as imagens de Caras confirmam.
Lembranças do que ocorria entre quatro paredes, só Rose mantém. A mais ninguém cabe negar, pois são pormenores da intimidade, sem evidências além de provas testemunhais. É a palavra de quem diz que tinha contra a de quem diz que não tinha.