Valdo Cruz
G1 Brasília
Esvaziado na Casa Civil com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de tirar o Programa de Parcerias e Investimento (PPI) da pasta, o ministro Onyx Lorenzoni, na avaliação de seus aliados, deveria deixar o governo e voltar para a Câmara dos Deputados. O ministro está em férias e só retorna a Brasília na segunda-feira (dia 3).
Segundo interlocutores do ministro da Casa Civil, o presidente sinalizou claramente, pelas redes sociais, seu descontentamento com Onyx ao mandar demitir novamente Vicente Santini, exonerar o secretário-executivo que o havia substituído, Fernando Moura, e transferir o PPI para o Ministério da Economia.
ENFRAQUECIDO – Para seus aliados, o ministro Lorenzoni perdeu praticamente qualquer poder que ainda tivesse à frente da Casa Civil e já vinha sendo bombardeado por outros ministros.
Recorde-se que Onyx Lorenzoni foi um dos primeiros a embarcar na candidatura de Jair Bolsonaro, chefiou a transição e ganhou como recompensa o comando daquele que deveria ser o principal ministério do governo.
Ao longo do ano passado, porém, ele foi perdendo poder. Primeiro, a articulação política. Depois, a Secretaria de Assuntos Jurídicos. Com isso, deixou de despachar diariamente com o presidente, como fazia. Havia ganhado, em compensação, o comando do PPI. Agora, perde o programa responsável pelas concessões e privatizações do governo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Este Programa de Parcerias e Investimento é uma obra de ficção criada por Moreira Franco, quando era ministro no governo de Michel Temer. Quando há recursos, é o tipo de programa ideal para se tocar. No entanto, quando o dinheiro está mais do que curto, nenhum empresário aparece para investir. A não ser que o governo ofereça generosas e lucrativas concessões. E esta é a praia de Paulo Guedes, que representa no governo os banqueiros e grandes empresários, que costumam ser chamados de “mercado”.