Vicente Limongi Netto
O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva saiu da cadeia atirando e sem medir palavras. Disposto a brigar com todo mundo. Provocando e jurando ser vítima. Lula, solto, é tema para reflexões políticas isentas e frias. Com a libertação dele, o Brasil viverá um novo momento político. O hotel 5 estrelas chamado de salinha (de 5 metros X 3 metros), onde Lula passou um ano e meio na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, não esmoreceu o seu ânimo para a luta.
É um direito dele lutar e se defender, porque ainda é alvo de diversos processos criminais. Pode ser condenado novamente e até voltar para a sala 5 estrelas de Curitiba, considerado reincidente específico, pelos mesmos crimes da primeira pena – corrupção e lavagem de dinheiro.
MAIS VÍTIMA – Se for condenado outra vez, então se tornará, a meu ver, ainda mais vítima aos olhos daqueles que consideram o ex-presidente um enviado de Deus. Solto, falante, aliviado, com novo amor e língua afiada, é tolice subestimar o arsenal de Lula.
Como se não bastasse, Bolsonaro passa recibo diante das cascas de banana da “ideia” que foi solta, no sentido de enquadrar Lula na Lei de Segurança Nacional, e ainda manda subalternos trilharem a mesma linha tola da insensatez. É exatamente o jogo que Lula e o PT querem.
JOGAR O JOGO – O que Lula e seu partido pretendem é atrair holofotes e simpatizantes decepcionados com decisões e atitudes de um irado Bolsonaro que não aceita críticas.
O correto seria o chefe do governo seguir em frente . Procurar ser altivo. Respeitar a liturgia do cargo. Cuidar dos graves problemas do país. Anunciar medidas que melhorem a qualidade de vida da população mais sofrida. Diminuir a desigualdade social. E deixar Lula estrebuchar.
O jogo não é para amadores. Nem parece que Bolsonaro viveu 28 anos anos dentro do liquidificador da política, o Congresso Nacional…