Algumas semanas atrás, a Edizioni E/O publicou as primeiras linhas do livro: “Dois anos antes de sair de casa, meu pai disse a minha mãe que eu era muito feia”. Por sua vez, a editora nova-iorquina Europa Editions de Elena Ferrante anunciou no Twitter que a versão em inglês de “The lying life of adults” será lançada em 9 de junho de 2020.

Quem é Elena?

Verdadeiro fenômeno editorial, a saga “A amiga genial” já vendeu mais de 10 milhões de cópias em todo mundo e foi traduzida para mais de 40 idiomas. Foi muito bem-sucedida nos Estados Unidos, Reino Unido e França. O romance, que não recebeu grandes prêmios literários, conta a história de Lila e Lenu, duas jovens brilhantes, amigas, mas também rivais na Itália do pós-guerra, em Nápoles.

Elena Ferrante também é famosa por proteger obstinadamente sua verdadeira identidade – o nome na capa dos livros trata-se de um pseudônimo. Um anonimato que ela considera necessário para dar mais peso a seus personagens e intrigas, embora alguns também tenham visto nesta escolha uma estratégia comercial inteligente por parte da autora e de sua editora.

Ao longo dos anos, a busca para descobrir quem ela realmente é assumiu várias formas. Uma das mais sérias foi a do jornalista investigativo italiano Claudio Gatti. Em 2016, após realizar uma investigação completa, ele alegou que, por trás de Elena Ferrante, estava a tradutora romana sexagenária Anita Raja. A tese não foi confirmada, nem negada, pela Edizioni E/O.

Adaptação para a TV

Na esteira do sucesso literário e quebrando novas barreiras com as filmagens em italiano, “A amiga genial” foi adaptada para a televisão . Coproduzida pela RAI italiana e pelo canal americano HBO, a obra é dirigida pelo cineasta italiano Saverio Costanzo, que escreveu o roteiro em parceria com Francesco Piccolo.

Os direitos de transmissão da série de oito episódios foram adquiridos por 56 países. Com diálogos no dialeto napolitano, e não no italiano clássico, a produção da HBO atende a uma tendência crescente impulsionada pela globalização do público e pela busca de autenticidade nos mínimos detalhes.

AFP/Globo