Como o óleo, as centenas de comunidades atingidas por ele – nas quais vivem milhares de pessoas – estão à deriva, 60 dias após o surgimento das manchas. Gente que construiu a vida sob a benção do mar agora teme o que virá nas ondas, já que o óleo continua a aparecer em praias do Nordeste.
— Muitas famílias correm o risco de passar fome. As pessoas estão com medo de comprar marisco e peixe, e os governos parecem não se importar. Não recebemos informações — diz Ana Paula, que articula a criação da primeira rede de mulheres pescadoras da Costa dos Corais, paradisíaca faixa de cerca de 200 quilômetros de litoral entre Alagoas e Pernambuco, onde fica Barra de Santo Antônio.
Pescadores e marisqueiros tiraram as manchas da areia, mas o óleo ainda chega aos manguezais da foz do Rio Santo Antônio Grande e, com ele, a incerteza sobre o futuro.