Países que integram a Floresta Amazônica discutirão “política única” de preservação

Bolsonaro disse  que discussão não terá a participação da Venezuela

Guilherme Mazui
G1

O presidente Jair Bolsonaro informou nesta quarta-feira, dia 28, que no próximo dia 6 de setembro presidentes de países com território amazônico se reunirão para discutir uma “política única” de preservação e desenvolvimento da região. O encontro, segundo Bolsonaro, deverá ocorrer em Leticia, na Colômbia. O presidente disse que a Venezuela, apesar de possuir território de floresta, não foi convidada. Bolsonaro deu a declaração no Palácio da Alvorada, ao lado do presidente do Chile, Sebastian Piñera, que viajou a Brasília para uma visita oficial. “Estaremos reunidos com esses presidentes, exceto o da Venezuela, para discutir uma política única nossa de preservação do meio ambiente e bem como exploração de forma sustentável da nossa região”, disse Bolsonaro.

CRISE AMBIENTAL – O presidente não informou a relação completa dos países que participarão do encontro. Existe um grupo, chamado Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que reúne os seguintes países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O aumento das queimadas na floresta geraram uma crise ambiental e política dentro do governo nos últimos dias. O tema foi tratado em reunião do G7 (grupo que reúne sete das principais economias do mundo). Anfitrião do G7, o presidente da França, Emmanuel Macron, foi uma das vozes que mais se levantaram contra a política do governo brasileiro para o meio ambiente. Ele chegou a dizer que Bolsonaro mentiu sobre sua preocupação com a preservação da floresta e o cumprimento do Acordo de Paris.

Em resposta, Bolsonaro recusou ajuda financeira oferecida por Macron em nome do G7 para combater as queimadas e sugeriu que o presidente francês tem interesses econômicos na Amazônia. A França também possui território amazônico, na Guiana Francesa, departamento ultramarino do país europeu. Bolsonaro disse, no entanto, que o encontro em Leticia será exclusivo para líderes da América do Sul. “O que ele [Macron] fez, no tocante ao Brasil: primeiro ao ofender o presidente da República eleito democraticamente e, depois, mais de uma vez, ao relativizar a soberania da Amazônia. Isso despertou o sentimento patriótico do povo brasileiro, bem como de outros países aqui da América do Sul que fazem parte da nossa região amazônica”, afirmou o presidente.

AJUDA CHILENA –  Piñera se reuniu com Bolsonaro no Palácio da Alvorada na manhã desta quarta, ao retornar do encontro de cúpula do G7, realizada na França. O líder chileno participou como convidado da reunião Bolsonaro e Piñera anunciaram no Alvorada que o Chile enviará quatro aeronaves para ajudar a combater focos de incêndio. “Queremos colaborar e investir para proteger melhor a Amazônia”, disse Piñera. Segundo o chileno, ele está convidando outros países a reunir investimentos para auxiliar governos da região a preservar a floresta. Ele destacou que isso não afeta a soberania de cada país sobre seu respectivo território. “Os países amazônicos, que são nove, entre os quais o Brasil é o mais importante em tamanho, têm soberania sobre a Amazônia. Isso tem que ser reconhecido sempre”, disse.

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