Especialistas descartaram risco de tsunami
Um terremoto de magnitude de 5,8 na escala Richter foi registrado às 22h40 de domingo (4) no oceano Atlântico, com epicentro a 163 quilômetros do arquipélago de São Pedro e São Paulo. O conjunto de dez ilhotas fica localizado a 972 quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte. Por ter ocorrido próximo ao Nordeste, a possibilidade de um tsunami atingir a região ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter de hoje. Entretanto, especialistas consultados pela reportagem descartaram o risco deste evento.
O epicentro do tremor ocorrido ontem está a 738 quilômetros da ilha de Fernando de Noronha, a 1.100 quilômetros do município de São Miguel do Gostoso (RN), a 1.111 quilômetros de Natal e a 1.295 quilômetros de Fortaleza, Ceará.
Segundo o Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, esse tipo de terremoto não gera tsunami porque não houve movimento vertical das placas e a magnitude também não tem potencial.
– Houve movimento transcorrente, no qual as placas deslizaram gerando o terremoto. Esse tipo de evento não gera tsunami porque não houve movimento vertical do solo. Nesse caso, a possibilidade de uma onda gigante é zero – explicou o geofísico Eduardo Menezes, do LabSis.
– Este tipo de movimento, mesmo no meio do oceano, não vai gerar tsunami. Além disso, não teve magnitude. Um tsunami requer um evento de magnitude maior que 6.5 e 7, o que não foi o caso – disse o coordenador do LabSis, Aderson Nascimento.
Os dois especialistas afirmam que é comum a ocorrência de terremotos na região entre os oceanos Atlântico Sul e Norte porque há “bordo do placa”, que existe desde a formação do planeta. Eles observam que pelo horário do evento, se tivesse gerado um tsunami, a onda gigante já teria atingido o Nordeste.